6° Capítulo

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Em algum momento da vida, é preciso correr muito. Não há tempo para pensar, nem respirar. Você só precisa correr.

Ás vezes, as pessoas precisam correm, porém preferem ficar aonde estão, e é assim que perdem a chance da sua vida.

Muitas pessoas correm por muitos motivos. Para não perderem a hora, para conseguir o que querem, para vencer. Mas o mais importante, não é o porque de você estar correndo, mas sim, o que vem depois da linha de chegada.

--Grace, nosso hotel é na 20ª com a Avenida Principal da Cidade. --

--Okay.

--Seria pedir demais que avançasse alguns faróis vermelhos?

Avançei, o que é uma coisa nova para mim, mas chegamos ao hotel bem rápido.

--Obrigada Grace. Nos encontramos aqui em quinze minutos? Temos que ser rápidos antes que eles nos achem. --diz Petros, entrando rapidamente no hotel.

--Tudo bem.

--Grace, você está bem?

--Nathan, eu...

Ele me abraça. Demoro um pouco para retribuir, não estou acostumada. 

--Desculpe pelo seu aniversário.

--Tudo bem. Esse foi o mais animado que já tive.

--Vai. --diz ele entrando no hotel.

Vou para casa. Pego meu mochilão de viagem que nunca usei e ponho tudo que preciso. Pippa? Vou deixa-la com a vizinha de baixo.

Pronto. Tudo pronto. Eu não acredito que estou fazendo isso. Meu deus. Que dia mais louco!

Vou para o carro e começo a dirigir, agora entendo porque Nathan disse "talvez eu não esteja aqui amanhã". Chego no hotel o mais rápido que posso. Eles já estão me esperando.

--Para onde? --pergunto.

--Para Millstadt à onze quilômetros daqui. Tenho um amigo que vai nos ajudar.

--Podemos ir de trem. --Sugiro.

--Nathan, minha futura cunhada é mais esperta que você.

Os dois riem, não quero parecer antipática, então apenas sorrio.

--Vem. -diz Nathan, me puxando levemente pela mão.

Chegamos na estação, no caminho pude perceber como os dois se parecem. São divertidos, e sempre que podem, mencionando você na conversa para não ficar de fora, por exemplo "concorda Grace?" ou "você acredita nisso Grace?" Realmente, quando vi Petros pela primeira vez, ao vivo, eu pensei que ele fosse um bruto, tenho que admitir que fiquei com certo medo dele. Mas agora, não acredito que ele seja capaz de machucar alguém. Nem das barbaridades que dizem sobre ele nos jornais.

Chegamos na bilheteria e compramos os passagens. Em quanto o trem não chegava, Petros e Nathan ficavam olhando para os lados, até que Nathan me puxou para trás de uma pilastra.

--Eles estão aqui.

--Merda! --Rosna Petros.

O som do trem se aproximando alivia a tensão e subimos o mais rápido.

--Grace, pode se sentar com Nathan, eu vou sentar aqui na frente.

--Não precisa Pet...

--Não, eu vou deixar os pombinhos as sós.

Me faço de desentendida. Eu não acredito. Não. Não. Acredito.

--Grace.

--O que foi Nathan?

--Eu não sou mais seu paciente. --levanta uma sobrancelha. 

Franzo o cenho.

--Já acabou?

Abro minha bolsa e pego meu livro.

--Você vai mesmo ler? Acho que você pode ficar um pouco enjoada por causa do balanço do trem.

--Nathan, eu sei o que estou fazendo.

--Tudo bem então.

--Nathan, o que foi?

Pergunto tentando ser gentil. Eu não sei bem como lidar com pessoas fora do hospital. Meu contato com pessoas acaba quando saio de lá.

--Nada. --suspira-- Eu só estou cansado. Espero que os caras não nos tenham visto.

Encosto minha cabeça em seu ombro, ele não estava esperando por isso. Com um leve gesto, apoia sua cabeça na minha. E eu, começo a ler.

Alguns minutos passam e começo a me sentir enjoada. Eu odeio disser isso mas Nathan tinha razão. Droga.

Me levanto, dando um susto em nele, não tenho tempo para explicar, apenas corro na direção do banheiro.

--Grace! Você está bem?

--Estou. Pode dizer, vai.

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