Final

217 10 41
                                    

Dois anos depois.

Final. Ou não.

Bem, não acho que esse seja o final, mas sim o começo. É assustador pensar que tudo, todos os momentos e escolhas me trouxeram para, exatamente, este momento, e que se eu tivesse feito algo diferente, não estaria aqui.

Antes, diria que dois anos são pouco tempo, mas pensando em tudo o que aconteceu há dois anos até agora, acho que foi tempo até demais.

Depois de descobrir que Grace estava grávida, assinamos os papéis da adoção e uma linda garotinha entrou em nossas vida. Agatha é meiga e cuidadosa com seu irmão, Theodore.

Nunca achei que pudesse sentir um amor que não cabe dentro de mim, amar Grace, Agatha e Theodore me mostrou que o amor é tão espetacular. Serei eternamente grato a eles.

-CHEGUEI! -Grita Grace da cozinha.

Agathe corre com Théo no colo para dentro de casa e enche Grace de beijos.

Devo dizer que fiquei receoso com a chegada de Théo. Achei que Agatha iria ficar com ciúmes, mas pelo contrário. Ela ama o pequeno Théo, e vice versa.

-Mãe, você comprou biscoito? Comprou? Comprou? Comprou? -dizia olhando nas sacolas, desesperada por seus biscoitos.

-Calma, pequeno gafanhoto, eles estão aqui. -fala calma, entregando o pacote nas pequenas mãos de nossa filha.

-Obrigada mãe! Você é a melhor de todas! -e saiu correndo para a mesa no jardim.

-E o que trouxe para mim? -digo a beijando, Théo afasta meu rosto e agarra Grace como se ela fosse apenas sua.

-Ei garotão, ela é minha também.

...

Noite normal da casa dos Miller.

Todos jantando. Agatha faz uma "catapulta" com sua colher e joga as ervilhas em Théo, que ri e balança os bracinhos.

-Agatha, não brinque com a comida. -briga Grace.

-Mas eu odeio ervilhas! -fala e faz uma encenação de que está vomitando.

-Como sabe que não gosta se não provou? -digo.

Ela abre a pequena boquinha para rebater, mas conclui que seus argumentos não são suficientementes para nos convencer. Coloca exatamente duas ervilha na colher e mastiga devagar.

-Olha, não foi tão ruim assim. Mas elas servem muito bem como munição para derrotar o inimigo! -fala e aponta para Théo, que dá boas gargalhadas.

Após terminarmos o jantar, e as ervilhas, é hora da sobremesa.

-Vamos ter sorvete de ervilha! -Grace mente da cozinha.

Agatha finge que está vomitando e rio de sua interpretação exagerada.

...

-O que está fazendo aí? -pergunta Grace, enquanto embrulho seu presente.

-Uma surpresa! -giro na cadeira mostrando uma caixa embrulhada.

Levanta da cama, pega o presente e o abre. É um simples porta retrato com uma foto da família reunida. Eu, Grace, Théo, Agatha, Petros, Alison,  Mike e Alex. Estávamos todos na praia, comemorando as férias de verão.

Seus olhos brilham, anunciando que vai chorar.

-Você é mesmo uma manteiga derretida. -digo abraçando-a.

-É lindo. Eu amei, amei!

-Eu sei, obrigada. -digo, convencido.

-Você não se cansa de me fazer rir?

-Nunca.

Me sinto a pessoa mais feliz desse universo.

Quando era jovem, achava que amor era coisa de novela, e que nunca iria acontecer comigo. Afinal, nada é perfeito.

Ainda acredito que nada é perfeito, mas se pode chegar perto. Você precisa correr atrás de seus sonhos, do que te faz feliz. O mundo está cheio de ódio e tristeza e fica difícil enxergar o que é bom.

Mas você pode encontrar o amor, principalmente nas pequenas coisas.

Basta olha com atenção, e poderá achar coisas incríveis, veja o mundo como se o estivesse vendo pela primeira vez. Olhe para o céu, olhe para o chão, o que você vê? Apenas nuvens ou um algodão doce? Apenas uma rachadura ou uma cratera sombria? 

Sonhe alto, ria muito e, não se preocupe em se decepcionar, porque isso é um sinal de que você tentou. Não desista. O mundo é adorável se você olhar bem.

Quando Você Apareceu Onde histórias criam vida. Descubra agora