5° Capítulo

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Sempre nos dizem que as aparências enganam. Que não devemos julgar um livro pela capa. Mas a verdade, é que a maioria dos leitores escolhe pela capa. Eles estão na livraria, procurando o próximo livro, olham para aquele com a capa mais chamativa e interessante, então só depois leem a sinopse.

Pessoas. Livros. Podemos fazer essa comparação? Acho que sim.

Depois de sair do hospital, fui buscar Pippa no veterinário e fui para casa. Fiquei olhando para o telefone, será que ligo para meu pai ou não?

--Alô?

--Oi pai.

--Grace? Ah, que bom que ligou, como está?

--Bem, e o senhor?

--Trabalhando, você sabe filha.

--Pai, você sabe que dia é amanhã?

--Claro! Amanhã é seu aniversário. Me desculpe Grace, mas estarei de serviço. 

Eu podeira ter retrucado, poderia, mas sempre que faço isso, a conversa acaba em discussão.

--Tudo bem, eu também estarei trabalhando...

--Olha, tenho que desligar agora.

--Até mais pai.

--Grace, antes de tudo. Tome cuidado com um sujeito chamado Petros Miller, se ele aparecer no hospital, me ligue imediatamente.

--Tudo bem pai.

Desliguei. Miller? Será que é alguém parente de Nathan? Será que Nathan se chama Petros na verdade?

Procuro por Petros Miller na internet.

Condenado por tráfico de drogas.
Alta periculosidade.
Qualquer informação sobre Petros Miller ou seu irmão, Nathan Miller, ligue para a polícia imediatamente.

Pensei em ligar para meu pai de novo. Mas não. Eu quero saber o ponto de vista de Nathan.

Fiz mais algumas pesquisas sobre os Millers.
Nathan e Petros perderam a mãe muito novos, cresceram com o pai que era alcoólatra, mesmo assim, Nathan se formou em Northwest, melhor aluno da turma.

Depois de ler mais alguns minutos vou para cama.

......

Me levanto, faço meu café, e vou trabalhar. Feliz aniversário para mim.

Chego e recebo abraços e presentes de meus colegas de trabalho.

--Obrigada! Obrigada, mas agora temos que voltar ao serviço!

--Grace, seu pai passou aqui mais cedo e te deixou essa flores.

São rosas, bancas e amarelas. Meu pai deveria saber que não gosto de flores. Agradeço à Meredith.

--Ah, Grace, seu primeiro paciente a aguarda. --Diz Meredith, fazendo cara de cúmplice. É agora que tiro essa história a limpo.

Entro no quarto, Nathan já esta acordado.

--Parece que a concorrência é forte. Quem é o sujeito?

--Meu pai. É meu aniversário.

--Parabéns.

--Obrigada.

Jogo as flores no lixo.

--O que? Por que?

--Não gosto de me envolver com coisas que sei que não vão durar.

Ele apenas suspirou.

--Nathan, me dê dois bons motivos para eu não chamar a polícia.

--Ah, você já sabe sobre meu irmão. Primeiro, se eu for preso, não vou poder te levar para jantar. Segundo, quer ouvir a versão verdadeira da história?

--Adoraria.

--Bem, depois que nossa mãe morreu, Petros se envolveu com gente errada. Foi preso por tráfico de drogas à alguns anos atrás. Cumpriu a pena. E fomos viajar, sabe, comemorando a saída dele. E foi então que alguns caras da máfia nos encontraram, fizeram uma proposta à Petros, mas ele recusou. E então, nós estávamos viajando, até que os polícias nos pararam, encontraram drogas na mochila do meu irmão. Os caras armaram para ele. Tentamos explicar aos polícias, mas sabe como são os policias, eles não acreditaram. Então Petros disse que não voltaria para a cadeia e fugimos. Até que uns caras que fazem parte da mafia encontraram a gente.

Levei um tempo para assimilar. Fazia sentido, não parecia que Nathan estava mentindo.

--Nathan, isso é verdade mesmo?

--Eu juro. Juro juradinho de coração.

--Então eu vou te ajudar, meu pai é chefe da polícia local, ele...

--Grace, você não precisa fazer isso. Seu pai não vai acreditar.

Então um homem abre a porta quarto. Ele é forte e alto. É Petros, reconheço das fotos na internet.

--Grace, esse é meu irmão. Petros, essa é sua futura cunhada, Grace.

Reviro os olhos.

--Sou só a enfermeira.

--Muito prazer futura cunhada. --Aperta minha mão, tem um sorriso brincalhão, porém seus olhos estavam transbordando preocupação. --Nathan, precisamos ir. Os caras estão aqui.

--O que? --diz Nathan, suspira irritado. --Grace, tenho que ir.

--Não pode... --penso em seus ferimentos.

--Grace, há outra saída além da de emergência? --pergunta Petros.

--Vocês podem sair pela entrada principal ou pela garagem.

--Vamos, Nathan! Obrigada Grace, foi um prazer.

Nathan tira todos os fios e se levanta.
Abro a porta, os dois estão atrás de mim. Vejo dois homens com ternos na recepção. Estão com uma maleta preta.

--Droga, Grace, esses são os caras de quem eu te falei. --diz Nathan baixinho.

--Vamos pela garagem. Meu carro.

E corremos. Petros olha para trás.

--Grace, você vai vir junto. Me desculpe envolve-la nisso, mas eles te viram com a gente, se ficar, eles vão mata-la.

Passamos pelo raio-x, sala de espera, alguns consultórios e pronto, chegamos a garagem.

--É aquele ali. Aponto para carro.

Tiro a chaves do bolso.

--Aonde vamos? --Pergunto, já saindo da estacionamento.

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