"Angust - Medo: Emoção desagradável, causada pelo pressentimento ou pelo reconhecimento de perigo."
"Schweigen - Silencio: Ausência de som ou ruído."
"Nachtrauern - Lamentar: Sentir uma tristeza carregada de saudade."
Palavras em alemão que aprendi lendo um dos meus livros favoritos quando estava na faculdade. Palavras pequenas mas com um significado gigantesco.
--Nathan, leve Grace pro quarto. Agora! --disse Petros.
Então Nathan agarrou meu braço e corremos até o quarto. Ele se agachou ao lado da cama, e fez aquele famoso sinal de silêncio, com o dedo indicador sobre os lábios.
Schweigen.
Meu coração está quase saindo pela boca e minhas mãos estavam suadas e a expressão no rosto de Nathan não ajudava. Dava para sentir a tensão no ar.
--Quero que você saia por aquela janela, desça as escadas de incêndio, pege seu carro e vá para casa... --cochichou ele, sugerindo que eu os abandonasse.
--Pode parar. Eu... --comecei a falar mas Petros entrou no quarto.
-Já era, ele já foi embora, mas vai voltar, e dessa vez com o Alonzo. --disse Petros um pouco ofegante passando as mãos pela cabeça raspada-- Grace, somos eternamente gratos, mas precisa sair. Pelo seu próprio bem.
Batidas na porta.
--Sabemos que vocês dois estão aí, amigos, vai ser mais fácil se vocês abrirem. Não quero estragar esta linda porta... --Ambrogino gritou do outro lado.
Angust.
--Grace, não há tempo! Vá logo.
Concordei com a cabeça, abracei-o forte e ele me abraçou de volta. Me levantei, abracei Petros, peguei minha mochila e minha bolsa, uma luz acendeu em minha cabeça, peguei um dos meus dois celulares e liguei o gps. Abracei Petros novamente, quando abracei Nathan, coloquei o celular em seu bolso. Abri a janela do quarto. Olhei os dois, um aperto no coração estava me deixando sem ar.
--A gente se vê. --eu silabei. Me virei, fechei a janela, pelo vidro ainda dava para ver os dois parados, esperando a minha partida.
Desci as escadas rapidamente, andei até o estacionamento, olhei para a chave do meu carro, entrei. Sabia exatamente para onde ir e o que fazer.
Dirigi até Savoy, viagem curta, oito quilômetros, meia hora. Procurei pelo carro onde eles haviam dito, mas o carro não estava mais lá. Estava muito fácil para ser verdade.
Fui até o ferro velho da cidade, na esperança de encontrar o carro.
--Não moça, não temos nenhum carro parecido com esse. Tente ir na polícia, talvez eles saibam.
--Obrigada.
Não sabia mais aonde ir. Não podia pedir ajuda da polícia. Mas também não podia voltar de mãos vazias.
Fui até me carro, abri minha bolsa, duzentos dólares. Não é suficiente para a gasolina e para me hospedar num hotel, então vou dormir no carro mesmo.
Estava tudo dando tão certo! Olho para meu celular, bateria na metade. Procuro pelo sinal de gps de meu outro celular que coloquei em Nathan.Estão na rota 57, a caminho de... Chicago! Eles os estão levando direto para Chicago?!
Mas o maior dos meus problemas não estava resolvido: o carro.
Nachtrauern.
De casa, do hospital, do papai. Mas eu estava fazendo algo muito maior do que eles. Estava indo atrás do meu milagre, atrás de justiça, de perigo, e de algo muito maior que todos esses juntos. Estava indo atrás de amor.
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Quando Você Apareceu
RomanceGrace é uma enfermeira dedicada a ser "a mudança que deseja ver no mundo". Muito esforçada em tratar todos os seus pacientes com muito carinho. Porém, isso a tornou em uma jovem introvertida, criando uma barreira pessoal, com poucos amigos e relaçõ...