29° Capítulo

154 8 35
                                    

Algum tempo depois... 

A lua vai subindo aos céus, um linda noite de lua cheia. Setembro com seus galhos secos e delgados. Sento-me na poltrana virada para a janela, penso nas coisas que mudaram em todo esse tempo.

Nos mudamos para Portland, onde Nathan trabalha numa grande empresa de tecnologia. Eu trabalho num hospital meio período e o resto do tempo faço trabalho voluntário numa casa de repouso.

Petros agora vive viajando pelo país, e em todos os lugarem em que faz uma parada, nos manda uma carta e uma foto. Finalmente encontrou alguém tão aventureiro quanto ele, Alison. Os dois agora são como manteiga de amendoim e geléia.

Meredith continua em Belleville, apesar de ter feito chantagem emocional, ela ficou feliz com minha mudança de ares. Ela adotou uma linda menininha, não se sente mais sozinha e preencheu o vazio que sentiu depois da morte de sua mãe.

Apesar de cada um estar em um lugar do globo, todos nós estávamos reunidos hoje, um dia muito especial. Era o aniversário de Nathan. Estávamos mais do que felizes, era seu primeiro aniversário livre!

Nathan caminha até mim e me abraça, quando perdi o bebê fiquei desolada. Todos ficamos. Me senti péssima, sabia que ele queria, mais do que tudo, uma família. Senti que não tinha feito o que podia para salvar a criança.

-Hoje é meu aniversário e quero ver você feliz. Nada de ficar remoendo o passado. -diz se sentando ao meu lado e me abraçando.

-Me desculpe. -me levanto de sofá- Vamos comer.

Todos se juntam na mesa e faço sinal para Petros me ajudar a pegar a surpresa. Ele entende e segue comigo para a cozinha, pega os festins e eu o bolo.

-SURPRESA!

Todos se levantam e começam a cantar.

-EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊS FIZERAM ISSO! -Nathan dizia, enquanto estourávamos os festins.

Após a surpresa e os festins, sentamos e comemos pizza. A noite corre rápido e todos começam a se retirar para seus quartos.

Tiro meu vestido e tomo um banho. Esfrio minha cabeça, tentando tirar todos os pensamentos ruins que insistem em me rodiar.

Quando saio do banho, Nathan está sentado, olhando alguns papeis, provavelmente do trabalho.

-Hoje é seu aniversário, não pode ficar aí, trabalhando. -digo pegando um livro no criado-mudo.

-Não é trabalho...

Ele gira da cadeira e me mostra uma flor, uma tulipa de origami. A mesma que me deu de aniversário quando fugiu.

-Você faz aniversário e eu que ganho presente... -digo sorrindo e pegando a flor de sua mão.

-Meu presente favorito e ver você feliz. -ele diz se jogando na cama ao meu lado.

-Eu te amo.

-Eu te amo também. Não se preocupe com isso, -passa sua mão pelo meu rosto- temos que esperar. Quando for a hora, será.

-E se nunca for? Se eu não conseguir?

-Podemos adotar, assim como Meredith. Eu não vejo problema algum, vou amar a criança do mesmo jeito. Não fique se culpando pelo que aconteceu, foi um acidente e não há nada que poderíamos ter feito.

-Tem razão, você sempre tem. Só fique aqui comigo. -digo me aninhando em seus braços.

-Não se preocupe, vou ficar até morrer. Ou precisar ir ao banheiro.

Rio fraco. Ele está tentando e eu vou fazer o mesmo. Chega de se lamentar pelo que passou. As coisas que passaram estam no passado e não há nada que possamos fazer para mudar. Assim, só nos resta aceitar os momentos ruins do passado como um aprendizado.

Alguém alguma vez disse que, tudo dará certo no final, e se não deu, é porque o final ainda não chegou.

Quando Você Apareceu Onde histórias criam vida. Descubra agora