12° Capitulo

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É incrível como coisas simples podem se tornar mágicas de repente. Coisas simples como, um abraço, um beijo, uma risada. Coisas simples do dia a dia, mas mágicas de alguma forma. Alguém disse uma vez, que a magia está nas pequenas coisas. Tinha razão.

Já prestou atenção, que quando estamos tendo um dia ruim, algo mágico acontece, e isso melhora seu dia? Uma pessoa, uma música, ou um simples gesto de carinho.

Você pode fazer algo mágico todo dia. Podemos ser algo mágico no dia das pessoas. Um simples sorriso no dia ruim de alguém já é mágica.

Terça-feira. Dia da transferência.

Estou nervosa, mais nervosa do que quando me formei. Achei que nunca sentiria frio na barriga novamente. Até que não é uma sensação ruim, significa que você vai fazer algo importante.

Coloco um casaco, nos bolsos, as seringas com a anestesia. Por cima, a farda. Documento. Arma.

Pego o mochilão, as chaves do quarto e do carro.

--Obrigada por se hospedar conosco, agradecemos a preferência e volte sempre. --diz a moça atrás do balcão depois que eu pago.

Dirijo até um pouco antes da delegacia onde Nathan e Petros estão. Estaciono, é agora ou nunca, digo mentalmente, preciso manter a postura, se não, tudo vai pelo cano.

Entro na delegacia. Parece que meu estômago vai sair pela minha boca.

--Boa tarde, eu sou a policial Walker, estou aqui para interrogar e acompanhar os Millers até a Correcional Thomson Center. --minha voz sai um pouco fraca no começo, mas depois falo num tom firme.

--Está aqui sob as ordens de quem, Walker? --diz o policial, ainda olhando para a tela do computador.

--A polícia do estado de Illinois.

--Posso ver seu distintivo?

--Aqui. --mostro o distintivo do meu pai, ele parece surpreso, mas ainda não se convence.

--Já reuni meus melhores policiais, não preciso de seus serviços. --ainda olhando para a tela do computador.

--Questionar a minha autoridade, é questionar os seus superiores. E seria muita idiotice da sua parte arriscar a seu trabalho por uma bobagem. Então eu faço o meu trabalho e você faz o seu. --as palavras simplesmente saíram da minha boca. Nem acredito que disse isso!

--Fisher, leve... Walker --apontou a cabeça para mim-- até a sala de interrogatório.

Uma parte concluída. Falta a outra.

--Sente aí e espere.

Abri a boca para dizer obrigada, mas não consegui dizer nada, porque depois desse tempo todo, Nathan estava na minha frente. Fisher fechou a porta. Estamos sozinhos. Ele e eu.

A primeira impressão que tenho dele é que está cansado, olheiras escuras embaixo dos olhos. A segunda é que está está machucado, escoriações nas mãos e um corte no lábio inferior.

--Bom, Miller, sou a policial Walker, e vou acompanha-lo durante sua transferência. Espero não ter nenhum tipo de problema. --digo num tom de alívio.

--Prometo, pelo meu irmão e eu, de que nos comportaremos durante a transferência.

--Obrigada por colaborar.

Nossas bocas continuavam a emitir sons sobre prisões e celas e privadas, mas nossos olhos diziam mais do que isso. Era mágico. O olhar dele sobre mim, e o meu sobre ele.

--Miller. Chega de conversa, está na hora de ir.

Saio da sala. E converso com Fisher, ele irá junto comigo na transferência. Pelo porte dele, precisarei apenas de uma injeção, ele vai dormir igual uma pedra pelo tempo necessário para a execução do plano.

A hora da transferência finalmente chega, Fisher e mais três policiais colocaram Nathan e Petros atrás do carro. Eu vou dirigindo.

Quando estamos quase saindo da cidade, finjo pegar algo no meu bolso, e com um movimente rápido, aplico a injeção em seu pescoço.

A cabeça dele tomba para o lado. Hora de ir. Pego as chaves das algemas e do cadiado da porta traseira.

--Grace?! Eu não acredito! Você deve ser um anjo, eu nem sei como agradecer. --diz Petros num tom de alívio.

Solto suas algemas e ele me abraça, Nathan pula para fora e destranco suas algemas também.

--É agora que você diz, eu não acredito que você fez isso por nós! Não precisava se arriscar!

--Obrigada Walker. --ele dá um sorriso e nos abraçamos por longos cinco segundos. Mais um momento mágico, posso sentir a magia penetrando em meus ossos.

--Vamos, temos que terminar isso.

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