Quase...

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Os trovões não haviam parado, pareciam estar mais fortes. Estava deitado de lado e se me mexesse encostaria nas costas do Styles, então ficava como uma estátua que respira.

Um raio iluminou todo o quarto e logo em seguida veio o barulho do trovão, me fazendo soltar um gemido de susto e me cobrir com a coberta. Senti uma movimentação ao meu lado e algo cultuando minha cabeça por cima do lençol.

— Louis? Está tudo bem? - a voz de Harry saiu mais rouca que o normal pelo fato de estar sonolento.

Descobri minha cabeça antes que me sufocasse. Deparei-me com um par de olhos verdes me encarando. Ele havia acendido a lanterna para que não ficasse completamente escuro e a apontava para parede para que não ficasse nos nossos rostos.

— Foi só um susto. Só isso. - respondi tentando não parecer um grande medroso. Talvez eu seja um pouco, mas ninguém precisa ficar sabendo.

— Hm. - Harry fez uma pausa, ainda com os olhos na minha direção. -Você ainda tem pavor de aranhas?

Supreendi-me com a pergunta. As possibilidades de ele ainda se lembrar de quando entrei em pânico por causa de uma aranha eram externamente pequenas. Só me lembro desse dia porque foi meio constrangedor, e um pouco engraçado, e não sai muito com outros caras, já o Harry sai com, pelo menos, cinco garotos diferentes por semana.

— Hm... Sim. Por que a pergunta?

— Nada. Quando ver uma aranha pode vir correndo para se proteger em meus braços, e quando tiver trovejando também. Me esqueci de mais algum medo? - sim, de você.

— Obrigada Harry. Não me esquecerei disso. - respondi irônico.

— Já se esqueceu.

— Me esqueci de quê?

— Do que eu disse.

— O quê você disse?

— Você toma remédio para a cabeça? Tipo para a memória?

— Quê? Porque?

— Nossa.

— Nossa o quê? - esse cara ta de sacanagem comigo neh?

— O cupido da lerdeza te acertou.

— Quê?

— Você é atrapalhado, medroso e lerdo.

— Atrapalhado talvez, mas não medroso e nem lerdo. Por que me chamou de lerdo? O que te faz pensa isso?

— O fato de você só repeti "Quê" ou "Por que". O que significa que você não entendeu e precisa de mais explicações.

— A culpa não é minha se você não explica com clareza.

— Então a culpa não é da sua lerdeza. - disse ainda com um tom calmo e sua voz rouca.

— É, a culpa é sua.

— Não.

— É de quem então?

— Da sua memória. Se você tivesse se lembrado do que eu disse antes de você dizer que não se esqueceria do que eu disse, nós não teríamos tido esta pequena discussão sobre a sua personalidade.

Demorei um pouco para assimilar suas palavras. Elas pareciam ser peças de quebra-cabeça espalhadas até eu conseguir montá-lo. Ele tinha dito que se estivesse trovejando eu poderia ir a seus braços e eu disse que não me esqueceria disto, porém eu me esqueci de que está trovejando no momento. Ah! Agora tudo faz sentido!!

— Como é a lua? - ele Perguntou. Devo ter demorado um pouco para entender e neste meio tempo ele ficou me encarando. Estranho, mas tudo bem.

— Que? - agora não posso ser chamado de lerdo, pois não faz sentido alguém perguntar como é a Lua do nada.

Last Hope ✨ l.sOù les histoires vivent. Découvrez maintenant