O coração da boate era bem iluminado. Luzes de diferentes cores varriam o local. Parecia que o próprio Arco-íris viera para o evento, me deixando até tonto. Esta seria uma boa hora onde um daltônico se daria bem. Acho que isto foi um comentário maldoso...
Me posicionei no meu... poste, que ficava mais para o canto, de frente para o barzinho. Um garoto bonito estava na minha frente na diagonal. Espero que ele chame mais atenção que eu.
A musica começou e os homens soltaram sons maliciosos e desagradáveis. Pensei que as luzes coloridas ficariam acesas, impedindo que os clientes nos vissem direito, mas aparentemente só acenderam aquele tanto para nossa entrada, pois uma parte havia sido apagada. Droga. Tentei não pensar nessas coisas e apenas fiz o que fizera nos ensaios: entrar no ritmo da música e esquecer e resto, mesmo sendo complicado.
Enquanto dançava os homens soltavam gritos como Uhull! e Gostoso! e jogavam dinheiro. Não queria tocar em nada que aqueles escrotos tocavam. Ok, o dinheiro que receberia da boate viria deles, contudo, não veria eles tocando naquelas notas.
De vez em quando olhava de relance para o local para ver se encontrava algum com aparência menos desprezível. Até que tinha alguns. Entre eles achei um jovem, deveria ter a minha idade mais ou menos; com cabelos loiros tingidos e olhos que aparentavam ser azuis. Bonitinho. Não me julgue, não é fácil ver alguém bonito e não ficar dando uma olhadinha. Afinal, estou aqui para esquecer Harry, para ele ver que tem caras que dão valor a mim, quer dizer, ao meu corpo. Me arrependi do pensamento antes mesmo de ter terminado de pensar. O bendito - ou maldito - ser em quem pensava entrou pela porta e infelizmente olhou para mim. Ele simplesmente sorriu, um sorriso que eu odeio por gostar, e foi em direção à um garoto que perambulava pela boate.
Balancei a cabeça a fim de deixar isto de lado e voltei para minha dança. Dava umas piscadinhas para alguns caras, aqueles que não achava nojentos mesmo sendo mais velhos.
O meu desconforto aumentava no ritmo em que a clientela aumentava. Parecia que o tempo havia virado uma tartaruga e o mais frustrante era que eu não tinha a menor noção de hora por não ter relógio ali. Teriam se passado uma hora ou dez minutos?
— Temos que trocar - um garoto loiro emergiu ao meu lado. Eu não me recordava do nome dele, mas teria que ser feito um rodízio, e, como ele estava ao meu lado, decidimos que eu começaria a dança e ele andando ao redor das mesas. Depois trocaríamos.
— Ok.
Dei espaço para ele e desci. Fui até o barzinho, andando com sensualidade, claro. Me apoiei no balcão.
— Ei, Tom, sabe que horas são?
Tom, o barman, conseguiu me ouvir em meio ao barulho e olhou para seu relógio de pulso.
— São onze e meia.
— Hm, obrigado.
Voltei a andar. Caras me mandavam olhares maliciosos a todo momento. Eu apenas sorria e continuava andando. Duas horas e meia... era o tempo que teria que ficar aqui. Não seria muita coisa comparado àqueles garotos que ficariam até as quatro da manhã. Eu não aceitei em ficar até muito tarde, não dá para passar tanto tempo sem um homem querer te arrastar até a cama.
Procurava uma mesa vazia para me sentar quando levei um susto. Uma mão gelada agarrou cada lado de minha cintura. Meu coração falhou uma batida e depois retomou seus batimentos bem mais rápido que o habitual.
— Então é assim que as pessoas morrem de ataque cardíaco? Elas paralisam e continuam em pé? - caçoou uma voz rouca ao meu ouvido esquerdo. Ainda não conseguia normalizar a respiração por causa do susto, mas por que aquela voz soava tão familiar, mesmo com o barulho da boate? Me virei para ver quem era.
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Last Hope ✨ l.s
FanfictionNão é que eu não sinta a dor Apenas não tenho mais medo de me machucar Ou Onde o destino é um filho da puta manca de esquina e prega uma peça na vida do Louis depois de muitos anos *essa fanfic não é da minha autoria eu apenas adaptei ela para ve...