O quarto estava todo escuro, as cortinas escuras não permitiam a entrada da luz solar. Com a pouca iluminação vinda do corredor pude chegar até a cama sem me espatifar no chão. Deitei-me no colchão macio, ajeitei a máscara do Jason no rosto, liguei a lanterna na minha direção e cutuquei o pedaço de carne em minha frente. Harry se moveu sonolento.
— PUTA QUE PARIU! - gritou ao me ver com o susto o levando ao chão junto com o cobertor.
Tirei a máscara do rosto gargalhando.
— Caramba, Louis, não precisava me acordar desse jeito. - disse se sentando na cama.
— Você. Devia. Ver. Sua cara. - falei com dificuldade por ter rido tanto. Por um momento pensei que fosse me matar, mas ele começou a rir também — Tenha um bom dia.
Levantei-me ainda rindo e fui até meu quarto. Deitei-me na cama olhando para o teto, tentando normalizar a respiração. Sei que o que fiz terá volta, porém, valeu a pena.
Virei para pegar meu celular no criado mudo. Se passara uma semana e já estava viciado nele. Ouvindo música pelo fone, jogando, procurando uma rede de Wi-fi sem senha e que prestasse em qualquer lugar que ia... Até achei uma lanchonete dois quarteirões de casa que se chama "Wi-fi e tudo que há de bom"; o nome não é muito bom, mas é bem chamativo e sempre vou lá quando canso de ficar em casa.
Ia começar a mexer no aparelho, porém meu olhar caiu sobre um pedaço retangular de papel e peguei-o. Observei o número e o nome de Zayn. Os últimos dias foram tão corridos que me esqueci de ligar para ele. Passei da boate para pegar os documentos e confirmei presença no evento - e amei a cara feia de Harry ao ser informado; todo o tempo eu ficava em casa ou saía a procura de um emprego porque não queria ficar dependendo do Styles, mesmo eu sendo extremamente preguiçoso; Harry voltou a trabalhar e se não estivesse cuidando de algum caso ele estava ajudando com os últimos detalhes do casamento - que seria em dois dias - e nosso placar continuava o mesmo por não sobrar muito tempo para provocarmos um ao outro. Ou seja, esqueci-me completamente da proposta.
Peguei meu celular e disquei o número. Talvez Zayn estivesse dormindo por ser dez da manhã, mas se ele não atendesse eu deixaria uma mensagem. Após chamar algumas, porém, vezes ele atendeu.
— Alô?
— Hum, Zayn?
— Sim. Posso saber com quem falo?
— É o Lou.
— Ah! O garoto do óculos 3D! - belo jeito de ser lembrado
— Como vai? Já tem uma resposta?
— Já. Eu decidi aceitar porque uma oportunidade como essa não surge sempre, não é?
— É, fico feliz que tenha aceitado. Então, a exposição é daqui a três semanas, mas já estou começando a fazer tudo. Você pode vir hoje ou em qualquer dia da semana, antes das duas da tarde, pois tenho que ir para o cinema.
— Ok, pode ser hoje então.
— Ótimo. Estarei te esperando no endereço que está na parte de trás do cartão. Até daqui a pouco.
— Até.
Desliguei o telefone e olhei o endereço. Se não estiver errado o local não fica longe.
Levantei da cama e fui me trocar. Coloquei uma roupa básica, peguei meu celular, as chaves e fui até o quarto de Harry. Apesar de eu ser independente preciso avisá-lo que vou sair, pois não quero encontrar panfletos estampando meu rosto com a legenda "Procura-se garoto desaparecido". Ele estava deitado de bruços segurando uma bolsa d'água gelada na... sua nádega.
_ Está tudo bem? - perguntei parando no batente da porta.
- Bati minha bunda quando cai e coloquei gelo para ver se passa a dor. - segurei o riso e bloqueei a lembrança de sua queda para não perder o foco.
— Melhoras então. Vou sair.
— Aonde vai?
— Não... - eu iria dizer que não interessa, porém achei que ele não gostaria muito de saber a verdade. — Vou me encontrar com Zayn. Não te falei sobre ele, não é? Bem, eu o conheci no cinema. Ele parece ser legal e tem uns traços fortes que o deixam bem bonito. - Harry começou a me olhar estranho. — Ele me convidou para ser seu modelo.
— Quê? - disse se ajoelhando rapidamente.
— Sim. Na verdade não é bem um modelo, serei como sua inspiração para desenhos. Sim, ele é um desenhista, um artista que irá me desenhar e colocar os desenhos numa exposição.
— Primeiro você me diz que irá voltar para um evento da boate e depois que será desenhado e exposto numa exposição. Qual será a próxima notícia de que serei informado? Posará para a Playboy?
— É, não é uma má ideia. Me lembrarei disso, não se preocupe. - me virei para ir embora e ele levantou-se apressado.
— Mas, ai minha bunda, não vou te deixar sair.
Harry vinha em direção à porta e eu, num gesto incrivelmente rápido, fechei-a e tranquei. Sim, eu tirei cópia da chave do quarto dele. Achei que poderia usá-la em uma pegadinha e não para conseguir sair de casa, mas tudo bem.
— Ah, Lou, não me deixe aqui! E se a dor se espalhar pelo o resto do corpo e eu ficar agonizando no chão até a morte?
-— É só não olhar para a luz, mas prometo fazer bolo para levar no seu enterro porque sei que todos comemorarão sua partida. Adeus, Sr. Styles.
— Você pagará por isso, Tomlinson! Lembre-se das minhas palavras!
Lou, Lou, Lou, você está brincando com uma bomba e quando menos esperar ela irá explodir. Mesmo não gostando de Harry acho que deve maneirar nas brincadeiras. E ainda penso que é uma má ideia ir se encontrar com esse árabe. Quem vê cara não vê coração; ele pode te raptar. Pelo menos esconda seu celular na cueca para pedir resgate.
Ah que nada! Continue irritando Harry. É só ficar atento a tudo. E se você for raptado é só se matar. Pronto! Continue me ouvindo e terá uma bela vida!
Não acho que minha segunda voz interior me levará para um bom lado, mas tenho que correr alguns riscos. Porém, escondi meu celular como minha primeira voz disse, só para ser por um momento um garoto comportado e que escuta os bons conselhos, e coloquei no silencioso porque seria desagradável tirá-lo de onde está para atender.
Antes de sair peguei uma maçã na cozinha para comer durante o percurso. Assim que fechei a porta os pedidos de socorro de Harry sessaram. Peguei o cartão para verificar o nome da rua e comecei a procurar.
Meu destino ficava no outro bairro, porém, só oito quadras da casa Styles. Creio que seja uma distância considerável. Após dar duas voltas pela mesma rua encontrei o número certo. A placa indicava que a entrada da casa, ou ateliê, de Zayn era por uma porta ao lado de um restaurante que parecia ser especialista em vinhos. Não havia nada que indicasse que ali fosse realmente o lugar certo, apenas o endereço em minha mão. Joguei o miolo da fruta num lixo da calçada e fui em direção ao local nada chamativo. Apertei o botão do interfone e aguardei até uma voz me atender do outro lado da linha:
— Quem é?
— É o Lou.
— Olá garoto do óculos! Pode subir. - um click soou indicando que a porta já não estava mais trancada.
— Obrigada. - empurrei a porta por completo e pude ver a estreita escada que tinha uma curva para a minha esquerda no final.
É, hora do pequeno momento de modelo e quem sabe esquecer um pouco do Harry.
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Last Hope ✨ l.s
FanfictionNão é que eu não sinta a dor Apenas não tenho mais medo de me machucar Ou Onde o destino é um filho da puta manca de esquina e prega uma peça na vida do Louis depois de muitos anos *essa fanfic não é da minha autoria eu apenas adaptei ela para ve...