Last Hope ✨ l.s

Bêbados

- Sim, sou eu. Prazer, meu nome é Louis, mas pode me chamar de Lou. - respondi educadamente estendendo a mão para a moça.

- Sou Anne, mãe do Harry - respondeu ela apertando minha mão.

- Lou... ele não é aquele garoto que você namorou com quinze anos e chorou quando terminaram? - perguntou Gemma.

Se fosse possível explodir de vergonha, os órgãos de Harry estariam espalhados por todo o aeroporto naquele momento. Suas bochechas ficaram bem coradas, poderiam ser confundidas com um tomate. Já eu, fiquei tão surpreso com a pergunta que não soube dizer se estava vermelho ou não.

- Bem, vamos logo. Creio que queiram ir logo para casa descansar. Mãe, quer que eu a ajude com as malas? - ele pegou a bagagem de Anne e foram em direção à saída. Eu ajudei Gemma com suas malas e fomos atrás.

- Seja você o garoto pelo qual eu me referi ou não, saiba que Harry ficou bem magoado quando ele sumiu. Não sei se ele realmente gostava dele ou era só uma paixonite de um garoto de quinze anos, mas reparei que depois disto ele ficou bem pegador. Acho que prefere pegar qualquer um para não se magoar de novo. Se você conseguiu passar por toda a fortaleza que protege seu coração se sinta muito privilegiado. Sei que é uma frase meio brega, mas lembre-se dela - disse Gemma baixo para que ninguém além de mim ouvisse.

Ela estampava um sorriso vitorioso no rosto, como se adorasse dar uma de cupido mesmo sabendo que eu já era namorado dele. Quero dizer, ela pensava que eu era. Ter ouvido aquilo me causou uma sensação estranha, porém, eu não poderia criar esperanças. Não, não poderia.

Quando chegamos no carro Harry colocou as malas no porta-malas. - Ah sério Tomlinson? Será que é por isso que tem esse nome? - E eu me sentei atrás com Gemma e Anne foi no banco de carona.

Elas contavam como fora sua viagem à Paris, dos pontos turísticos e dos desfiles que foram, porém eu não prestava muita atenção. O que Gemma dissera poucos minutos antes me deixara intrigado. Não está entendendo nada, não é? Bem, foi o seguinte:

Tinha quinze anos, meus pais haviam se separado fazia dois anos e minha mãe ainda não havia superado isso e nem a mudança para Londres. Portanto, estava achando tudo uma droga. Droga de colegas da escola que criticavam meu estilo; droga de pai que largou minha mãe para ficar com outra; droga de bebidas que minha mãe bebia para esquecer os problemas; droga de vida. Sei que posso ter exagerado, mas tinha apenas quinze anos. Por estar achando tudo uma droga eu convenci a minha mãe a me por num acampamento de verão e assim foi feito. Estava tudo ótimo. Havia conhecido Emma e outros garotos legais que não implicavam com meu estilo e tudo melhorou quando conheci Harry. Tinha um jeito meigo e somado com suas covinhas e seus cachinhos ficava mais fofo ainda. Ou seja, ele conquistava todos, porém, eu o conquistei. Sei que é uma frase brega, clichê, idiota, mas eu fiquei muito feliz, ok? Então nós começamos a namorar e estávamos felizes. Não sei se o que aconteceu pode ser considerado um namoro porque foi apenas um mês e também não importa, pois tudo virou pó e foi levado pelo vento. Eu estava lá, carregando minha felicidade em forma de areia - um tipo de areia firme, como aqueles castelinhos de areia - e procurava Harry pra nos despedirmos. Então eu o vi num lugar meio isolado, perto do rio que cintilava a luz do sol, beijando uma garota. A areia parou de ser firme e foi levada pelo vento. Queria ter um punhado de Pó de Flu, jogar numa lareira, dizer Beco Diagonal e ser tirado dali pela chama verde. Depois voltei para casa e sempre recebia ligações dele dizendo que a garota que o arrastou até lá e o beijou de surpresa e blé blé blé.

Foi por isso que odiei ser comprado por ele. O lado bom é que tenho onde morar.

Pensei que ele não tivesse nem aí comigo, mas depois do que Gemma me disse não sei mais o que pensar.