batcão

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Não foi um sacrifício andar com ele. De vez em quando ele tentava atravessar a rua ou ia pelo caminho errado, mas chegamos. Comprei uma coleira preta e biscoitos caninos. 

Até que ele é um cão obediente, considerando o fato de que é um vira-lata que mora na rua. 

Caminhamos por um tempo e chegamos à rua de Zayn. Foi melhor andar por lugares que estou acostumada. Se me perdesse ou fosse longe Harry não iria nos pegar. 

Do outro lado avistei uma figura conhecida. Ele abria o restaurante que ficava ao lado da casa de Zayn. Atravessei a rua e me aproximei dele: 

— Niall? – ele se virou e sorriu. 

— Lou! Como você vai? Eu vou bem, antes que você pergunte. 

— Ah que bom. Estou na de sempre, caminhando aos tropeços. 

— Que frase alegre. Olhe, você tem um cãozinho – Niall se abaixou para fazer carinho nele. 

— Eu o achei perdido hoje e levei para casa. 

— O encontrou na rua? Ai, ele pode ter ebola (?) – Niall deu um pulo para trás. 

— Não, Niall, no lugar onde moramos os humanos não estão sofrendo uma epidemia e muito menos os cães. 

— Mas eu li que a doença se espalhou por causa de um garoto que comeu um morcego contaminado – ele cruzou os braços numa pose de “Eu sou inteligente”. 

— Ahn... ele não é um morcego. 

— Ele pode ser o cão do Batman – ele se inclinou e sussurrou como se a frase fosse sigilosa. 

— Niall, você andou fumando? 

— Talvez – ele deu de ombros e fiquei sem saber se foi um sim ou um não — Venha, vamos entrar. Faltam algumas horas para abrirmos. 

Niall abriu uma porta que ficava ao lado – aparentemente usada por funcionários – e meu deu passagem. 

— Uhm... ele pode entrar? 
- Claro né! Temos que cuidar bem do animal de estimação do Batman; o dono dele vai aparecer e vai querer que ele esteja bem. 

Ri com aquilo e entrei. Era um pequeno corredor, praticamente dois metros de comprimento.
Estava meio escuro e fiquei completamente sem visão quando Niall fechou a porta. 

— Onde está o Batcão? 

— Desculpe, eu não tenho visão noturna. 

— Mas você está segurando a coleira. Percebeu algum movimento em direção ao teto?
 
— Não, Niall. Isso é coisa de filme de terror; quando alguém possuído controla o cachorro para ele ficar grudado no teto choramingando.

— Ah, o assunto estava tão divertido – ele apertou o interruptor ao seu lado e tudo ficou claro — Não é nada legal falar sobre possessão no escuro. 

Ele andou até o final e virou à direita, eu fui atrás. O corredor dava numa pequena sala que tinha armários para os funcionários num lado. Depois ele abriu outra porta à minha esquerda e, depois de as luzes serem acesas, pude ver a cozinha. Ela era retangular e espaçosa, toda branca com armários e eletrodomésticos cinzas. Do lado esquerdo havia dois grandes armários, uma geladeira e uma grande mesa com liquidificadores e outras coisas; do outro lado, três fogões de seis bocas e um balcão, mas não dava para ver o restaurante porque tinha uma parede paralela a ele com pelo menos um metro e meio de distância. No fundo havia uma grande porta de correr que provavelmente levava ao armazém. 

— Nossa. Bem organizada. 

— É. A última vez que uma barata foi parar no prato de alguém e a pessoa ameaçou chamar a vigilância sanitária eu, como outras vezes, chamei um matador para cuidar do caso. Era um casal solitário que estava de férias, seu sumiço demorará para ser percebido. 

Last Hope ✨ l.sOù les histoires vivent. Découvrez maintenant