1. ALONE

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me desculpem os erros, vou corrigindo depois , votem e nos capítulos por favor

Trailer da fanfic

Prazer, sou Noah
Tenho 20 anos

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Do Brasil para Buenos Aires - 2013


Lauren pov.

O que há de tão interessante em cidades grandes? Ininterruptos sons de buzina, estridentes toques de celular, engarrafamentos quilométricos, rotina estressante e pessoas desprovidas de gentileza, prontas para roubar a posição social do outro? Com certeza as metrópoles apenas habitam seres que nem poderão desfrutá-la em um dia de folga, escolhendo por passar o dia todo vasculhando a internet ou assistindo algum seriado que falam de pessoas falsamente felizes e realizadas profissionalmente, porém com falta de sorte no amor, assim como seus telespectadores...

"Some da minha frente. Desapareça. Esqueça que eu existo", foi o que a minha mãe me disse, e é o que tento fazer agora. Eu também canso de tantos xingamentos, de tantas incompreensões, de não me sentir amada. Afinal, que culpa tenho de ser do jeito que sou, de pensar como penso?

– Esta tudo bem? – fala o homem do meu lado.

– Aham – eu concordo, apenas pra não deixar o comentário dele voando solto por dentro do ônibus, apenas porque a minha mãe sempre diz que não é educado deixar de responder. E eu aqui, fugindo dela, sumindo conforme ela pediu, ainda obedeço aos seus conselhos. Só eu mesmo. Sinto vontade de rir, de bater na minha própria cara diante de tamanha imbecilidade. Minha mãe e seus conselhos que se explodam.

– É capaz que a gente pegue uma chuva na viagem.

O homem insiste. Talvez tente fazer com que o longo trajeto se torne menor. Não sei.

– Aham – respondo e olho para a rua.

Nuvens escuras, pesadas, aproximam-se de mim. Ando, estou andando há muito tempo, cercado de nuvens, todas cinzentas, prontas a desabar sobre a minha cabeça. A qualquer momento. E desabaram, mais uma vez, quando minha mãe entrou em casa e me encontrou na frente do computador. Viu a louça na pia, e viu meu quarto ainda desarrumado. Pô, qual o problema? O quarto é meu e eu não me incomodo - até gosto – da cama desfeita, das roupas na cadeira, dos tênis pendurados na porta do guarda-roupa. É meu jeito, me organizo assim. Foi o que eu disse a ela. Mas e ela me ouviu? Que nada. Minha mãe não escuta ninguém. É a dona da razão, sempre. Começou a desfiar o seu rosário de lamentações, a dizer que ralava o dia todo só pra me dar o que eu preciso, que eu nem ligava, que não ajudo ela, que sou mal-agradecida. "Custa arrumar o teu quarto? Custa. Lauren?" Ficou gritando, acho que queria que a vizinhança inteira soubesse da incompetência da filha dela. Adorava se sentir uma coitada.

Abro um livro. Quero evitar a conversa com o meu companheiro de banco, quero evitar pensar nos gritos da minha mãe. "Some da minha frente, desaparece."

Devia ter convidado o Justin pra vir comigo. Viagem mais chata.

Quero sumir, como ela mesma pediu. Ergo os olhos do livro, as nuvens escuras acompanham o ônibus, e o homem ao meu lado abre o jornal. Será que ele também está fugindo de alguém? No fundo, como diz a minha vó, a gente tá sempre em fuga. Gosto da minha vó, do jeito dela, da forma como ela encara a vida. É corajosa, a minha avó Ângela. Por isso, tô indo ao encontro dela. Ela vai saber me entender, eu acho. Acho, não, tenho certeza. Minha avó Ângela é especial, sempre senti falta dela, depois que ela resolveu viver em Buenos Aires.

CASH MONEYOnde histórias criam vida. Descubra agora