Capítulo 26

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— Vem comigo. — Christopher me puxou para dentro do carro.

— Onde pensa que está me levando Christopher? Eu preciso ir ficar com o meu filho.

— Você vai ver. — Ele parecia empolgado. Christopher deu partida e meia hora depois estávamos estacionando em frente a um prédio residencial há uma quadra do Central Parque. Ele saiu, deu a volta e abriu a porta pra mim. — Vem.

— O que estamos fazendo aqui?

— Preciso que veja algo. — Entramos no prédio depois que o porteiro liberou. Pegamos o elevador e fomos até o vigésimo primeiro andar. Dobramos à esquerda, e Christopher destrancou porta.

— Está uma bagunça aqui, mas logo ficará pronto.— Ele me puxou para dentro. Seguimos para um corredor e entramos em uma das portas. — Esse vai ser o quarto do Enzo. — O quarto estava pronto. Uma cama com grades de proteção ao lado, um play ground dentro do quarto, TV na parede de frente para a cama, uma cômoda com algumas fotos de Enzo em cima, e ate uma foto de nós três, Enzo rindo com o rosto todo lambuzado de molho e um pedaço de pizza na mão, e um closet. O quarto era todo azul clarinho, com uma faixa de papel de parede listrada em azul escuro, cinza e branco em volta do quarto, os móveis e as portas brancos. — É uma suite, e bom, não se preocupe, mandei colocar telas de proteção em todas as sacadas. — Ele me levou até o banheiro do quarto. O banheiro tinha azulejos brancos e azul, e o vidro que dividia a área da banheira tinha um monte de golfinhos em adesivos colados. Depois que apreciei o local Christopher me puxou novamente para fora do quarto e me levou até outro. — Aqui vai ser o do bebê, mas como ainda não sabemos o sexo, não vai ter como decorar agora. Eu gostaria de ter uma menininha, mas o que realmente importa é vir com saúde. — Ele falava em disparada, sequer me dando tempo de falar alguma coisa. — Já encomendei o berço, a cômoda e o trocador, tudo branquinho também, depois vamos pintar de verde ou rosa, o que acha? Ou lilás. Sei que adora tons de roxo. O berço vai ficar bem no centro, e aqui em cima vai ficar presa a cortina. Consigo visualizar bem. Vai ficar lindo, independente da cor. — Ela voltou a me puxar para fora e passando por uma porta ele apontou e falou. — Aqui vai ser o quarto para visitas, depois você se preocupa com isso, agora só o mais importante. — Ele me levou até a porta no fim do corredor. — E aqui é a suite principal. — quando ele abriu a porta tinha uma cama King Size, na frente dela um baú, e em cada lado um criado mudo refinado. Olhando para a parede a frente, tinha uma TV enorme também na parede e abaixo dele uma cômoda do mesmo estilo dos criados mudo. — Naquela porta é o closet, vai ter espaço para todas as suas roupas e calçados e lá dentro tem outra porta que dará para o banheiro. — ele abriu a porta e me puxou para dentro. O closet era enorme, eu sequer tinha tanta roupa assim para enchê-lo. Christopher me levou até a outra porta e então dei de cara com um banheiro também enorme. De um lado uma banheira de hidromassagem para duas pessoas, no meio uma bancada dupla com espelhos dos sonhos e do outro um box com ducha e vasos sanitários. O banheiro era preto e branco, maravilhoso também. Eu estava boquiaberta. — Se gostou disso, espere até ver a sala de TV e a cozinha. — ele tornou a pegar minha mão e eu me soltei.

— Christopher, espera. Isso não está certo. — Me afastei dele. — O que você pensa que está fazendo?

— Não gostou?

— Está tentando me comprar Christopher?

— Assim você me ofende, Dulce. Não estou comprando você.

— Christopher, eu não tenho como pagar nem a terça parte desse apartamento.

— Isso não é pra você Dulce, é para os meus filhos. Está no nome do Enzo e assim que o bebê nascer, metade será passado ao nome dele.

— O Enzo já tem um apartamento no nome dele, e vivemos muito bem lá, não precisamos disso.

— Dulce, pelo amor de Deus, pelo menos uma vez na vida deixe seu orgulho de lado. Você e os meus filhos merecem isso e muito mais. — Ele acariciou meu rosto. — Pense pelo lado bom, você pode alugar o apartamento que vive e aumentar a renda. Eu ouvi você dizer a Scarlet que o seu salário mal está dando pra pagar as contas e pagá-la. Vai precisa de uma renda extra pra poder sustentar dois bebês, porque o Enzo ainda é um bebê, e bom, eu vou pagar pensão aos dois, pelo menos até conseguir reconquistar você.

— Você está me dando um apartamento que mais parece uma mansão e você vai morar onde? Vai voltar para o México?

— Não. Eu comprei um loft há umas duas quadras daqui. É lá que estou morando, e o bom é que se precisar de alguma coisa estarei por perto.

— Christopher, eu não posso aceitar. É muita coisa.

— Não aceito não como resposta. — Ele me entregou a chave. Nome do Enzo, futuramente desse bebê, em usufruto seu. Pensa que o Brian terá espaço suficiente para brincar, correr, sem derrubar nada. E está perto do parque, poderá ir lá com eles sempre.

— Eu não sei Christopher. — Suspirei. Era um sonho tudo aquilo.

— Olha essa vista. — Ele me levou até a sacada do quarto, e pude ver entre um prédio e outro um pedaço do Central Parque.— Imagina acordar todos os dias e ver isto. Aliás, quero que você veja a cozinha, é igual a que você sempre sonhou.

— Tem ilha? — Ele assentiu. — Sério?

— Vamos lá ver. — Christopher me levou até a cozinha. Cruzamos o corredor, a sala bagunçada que passamos quando entramos e depois entramos em outro corredor. — A porta do meio vai ser um escritório, aquela porta é a sala de TV, e aqui é um lavabo.E bom, essa aqui é a porta para a cozinha. — Ele abriu a porta, e topei com uma cozinha limpíssima e linda. Bancada no meio com pia e fogão de placa. Em uma das paredes uma geladeira dupla e forno embutidos e no restante dela armários e mais armários. Em volta da bancada quatro banquetas vermelhas. Pude me imaginar cozinhando ao lado de Christopher enquanto nossos dois filhos esperam sentados na banqueta rabiscando alguns papéis. Exatamente como sonhávamos há três anos atrás.

— Isso é golpe baixo Christopher.

— O quê? Eu realizar um de seus sonhos? — Dei de ombros e rodeei a bancada. Em uma de suas laterais tinha uma adega. Acima dela algumas panelas de inox penduradas.

— É melhor a gente voltar, o Enzo está sozinho.

— Tudo bem. — Ele suspirou frustrado. — Promete que vai pensar no assunto?

— Vou precisar de alguém pra limpar isso aqui pelo menos uma vez na semana e você que vai pagar. — Sorri e saí caminhando para a saída.

The Last Hope - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora