Dois dias se passaram até então. Christopher como sempre, passava no hotel depois do trabalho pelo menos por uma ou duas horas.
– Dulce, será que a gente pode sair? – Ele se levantou do tapete e se sentou ao meu lado no sofá. – Queria levar vocês pra jantar fora.
– Christopher, está frio demais pra eu sair com ele. – Olhei Enzo brincar com Scarlt.
– Eu sei, mas a gente pega o carro aqui, desce na porta do restaurante. Podemos ir em um lugar aquecido, não vai ter problemas, eu prometo.
– Eu não sei Christopher. – Ele me olhava de forma estranha.
– Por favor.
– O que você acha Scarlet?
– Acho que se você colocar um bom agasalho nele, tudo bem. – Ela o puxou para se sentar em seu colo. – Eu costumava sair com ele quase todas as tardes pra ir ao parque e ele tomar sol. Sei que agora é diferente, mas ele estava acostumado a uma rotina completamente diferente e tenho certeza que ele sente falta disso. E ele está muito apegado ao Christopher também, sair com vocês dois fará bem a ele. – Christopher me olhou esperançoso.
– Tudo bem, mas com a condição de que a gente não volte muito tarde.
– Então temos que sair cedo. – Ele se levantou pegando Enzo do colo de Scarlet. – Vamos passear campeão? – Ele colocou Enzo sentado em seu ombro e começou a correr em volta da sala. Enzo como sempre dando gargalhadas e gritando de empolgação. Uma coisa não podia negar: Christopher nesse pouco tempo estava se saído um ótimo pai.
Christopher levou a gente para jantar em um restaurante italiano. O mesmo que ele sempre me levava quando nos conhecemos. Eu adorava ali, a animação do local, a decoração, as pessoas que habitavam e principalmente a comida. Massa sempre foi o meu forte, principalmente se ela for uma pizza bem gostosa.
Foi engraçado ver Enzo se lambuzar com o molho da pizza. Christopher e eu deixamos que ele mesmo comece o pedaço de pizza sem nossa ajuda. Aquele pedaço triangular nas pequenas mãozinhas dele como se ele tivesse segurando um pão. Ver meu filho de divertir comendo um pedaço de pizza não tinha preço. Christopher filmou e fotografou a cena. Até a testa dele ficou lambuzada. Fiquei rindo enquanto me lembrava dele dar a primeira mordida e sorrir pra mim todo feliz mostrando apenas os quatro dentes em sua boca. Dois em cima e dois em baixo.
Pra falar a verdade, foi a primeira vez que deixei ele experimentar uma pizza. Eu procurava comer somente coisas saudáveis perto dele, pra ele não se acostumar com besteiras. Frutas, legumes, verduras e grãos faziam parte de nossa refeição diariamente.
– Esse lugar não mudou em nada. – Comentei com Christopher.
– Somente algumas pessoas que mudaram. – Ele bebericou sua taça de vinho. – Parece que ele também gostou. – Voltei meu olhar a Enzo que tentava comer concentrado só o recheio da pizza em sua mão.
– Alguma coisa ele tinha que herdar de mim não é?
– Porque diz isto?
– Olha pra ele Christopher. Olha bem pra ele e quando chegar em casa, procure uma foto sua quando era criança.
– Mas meu cabelo era caído e o dele é pra cima. Parece até que ele enfiou o dedo na tomada. – Ele passou a mão nos cabelos arrepiados de Enzo. – Parece um super choque.
– Acredite, eu já fiz de tudo pra abaixá-lo, mas não deu. – O telefone de Christopher tocou e ele olhou o visor. Vi a foto de uma garota loira, olhos tão azuis que chegavam a parecer falsos, e muito bonita, em baixo o nome Megan. – Pode atender se quiser. – ele assentiu.
– Fala Megan. – Christopher encarou seu prato. – Estou com a Dulce e meu filho, porquê? Eu disse que viria. – Ele segurou a taça de vinho e ficou mexendo. – É o meu filho, não seja egoísta ok? E daí se passo mais tempo com ele agora? Eu já expliquei o motivo a você, se não entende, não é problema meu. Ah, claro, fala isso com o seu pai, ele vai adorar saber. Preciso desligar, amanhã a gente se fala ok? – Ele desligou o celular furioso. – Tem horas que ela me irrita.
– Então... sua noiva se chama Megan? – Perguntei tentando não demonstrar muito interesse.
– Sim. Acredita que ela disse que se eu continuar passando tanto tempo assim com o Enzo, ela vai terminar comigo? – Christopher riu. – Primeiro ela teria que matar o pai dela pra depois conseguir essa façanha. – Cruzei os braços. – Tudo bem, desculpa. É só que eu jamais deixaria de ficar o tempo que posso com o Enzo porque ela está dando ataque de histeria.
– Está ficando tarde. – Olhei as horas tentando mudar de assunto depois olhei para Enzo que a essa altura já estava caindo de sono, mas insistia em tentar comer a pizza. – Dá aqui pra mamãe filho. – Tentei pegar o pedaço de pizza que restara mas ele se virou gritando. – Amor, você já comeu que chega, depois a mamãe compra mais pra você. – Peguei a pizza a força da mão dele e ele começou a chorar. Coloquei o pedaço no prato e dei a ele um pouco de suco. – Olha só pra você, está todo sujo. – Me levantei e o tirei da cadeira especial para crianças. – Eu vou lavar o rosto dele e já volto.
Em instantes eu estava de volta. Christopher ainda estava sentado mexendo no celular e a mesa a essa altura já estava limpa novamente.
– Senta aí. – Ele apontou a cadeira. – A gente precisa conversar.
– E já não estamos conversando desde que você chegou no hotel?
– É sério, Dulce. – Me sentei com Enzo no colo. – Eu fui ao hospital hoje.
– E? – Enzo se deitou no meu colo fechando os olhos. Tinha certeza de que não se aguentava mais de sono.
– Me chamaram lá no hospital. Saiu o resultado dos exames, todos eles. O meu, da minha mãe, da sua família.
– Tá Christopher, não enrola. O que deu? – Perguntei apreensiva.
– Eu sinto muito. – Ele me olhava firme, mas sua voz saiu falha. Senti um peso cair sobre mim e abaixei a cabeça começando a chorar. – Mas a gente não pode desistir não é? Vamos encontrar um doador pra ele. Não é possível que em um planeta com sete bilhões de pessoas não haja um doador compatível.
– Sabe quantas pessoas tem na frente dele Christopher? Esperando há meses, anos e sabe-se lá se conseguirão. – Olhei meu filho dormindo em meus braços. – Enzo é apenas mais um caso em milhões ao redor do mundo, e poucos são os que conseguem sair disso.
– O Enzo será um desses poucos, você vai ver.
– Me leva de volta pro hotel?
– Levo sim. – Ele se levantou e pegou Enzo do meu colo. Só o deixei pegar porque sabia que não teria forças para me manter em pé e carregá-lo ao mesmo tempo.
Chegamos no hotel, Scarlet estava apagada. Ela testava acordando cedo pra cuidar de Enzo já que sou eu quem ficava até tarde acordada. Christopher foi colocar Enzo pra dormir e eu fui para o banheiro. Não queria que ele me visse chorando tanto. Troquei de roupa e fiquei ali me olhando no espelho apenas chorando. Christopher bateu na porta e abriu um pouco.
– Lembra que me perguntou até onde eu iria para salvar a vida dele? – Ele perguntou se aproximando e fechando a porta atrás de si. – Agora sou eu quem pergunto, até onde você iria?
– Eu morreria por ele Christopher.
– Sabe que ainda temos uma chance, não é?
– Você sabe? – O olhei através do espelho e ele assentiu. Claro que ele saberia. Ele teria feito a mesma pergunta que fiz em Noa York. – E se não der certo?
– Só saberemos se tentarmos, Dulce. – Ele me abraçou por trás. Um abraço forte. Fechei meus olhos e assenti. – E se o preço a pagar por isso for a fúria do meu pai e dos pais da Megan, eu não me importo. – Ele me virou de frente me olhando nos olhos. – Nesse momento só a saúde do nosso menino importa. – Ele tomou meus lábios em um beijo calmo.
Christopher me pegou pela cintura e me colocou sentada em cima do balcão. A cada toque dele conseguia rever em minha mente os momentos em que tinha passado com ele, conseguia reviver cada sensação. Precisava tirar Enzo do meu ponto de visão ou eu não conseguiria levar a diante. Levei minha mão trêmulas aos botões da blusa social dele e os desabotoei um a um até poder tirá-la. Christopher já não tinha mais o corpo malhado de dois anos atrás. Antes ele só se importava em se divertir, fazer exercícios e passar o tempo comigo. Agora tinha certeza que ele passava a maior parte do dia dele enfiado na empresa do pai.
Ele levou a mão à minha camisola e subiu um pouco deixando minha pernas mais à mostra. Os lábios dele desceram para o meu pescoço e ergui minha cabeça um pouco para trás. Abri o cinto dele e depois desabotoei o botão de sua calça que logo escorregou por suas pernas. Christopher terminou de tirá-la ficando apenas de cueca, depois ele quem tirou minha camisola, deixando meus seios à mostra. Eles estavam espantosamente maiores que há dois anos atrás, talvez devido à maternidade. Depois de me fazer sentir um pouco de prazer brincando com meus seios, Christopher me carregou até minha cama. Tentei não fazer barulho algum, já que Enzo dormia no berço ao lado e Scarlet no outro quarto. Assim que ele tirou minha calcinha, ele se posicionou entre minhas pernas e começou a me penetrar com calma. Suas mãos passavam por todo meu corpo e ele não deixava de me beijar. Eu arranhei suas costas com força descontando a vontade oprimida de soltar alguns gemidos.
Tinha certeza que a marca de minhas unhas ficariam ali, e que se a noiva dele visse eu poderia esperar por uma confusão daquelas. Deixei de beijá-lo quando ele começou a intensificar os movimentos e escondi meu rosto em seu pescoço para abafar os gemidos que escapavam. Quanto mais rápido ele ia, mais prazer eu sentia. Ele foi o último e único homem a me tocar e me fazer sentir essa sensação tão boa.
Quando dei por mim, percebi que o que era pra ser apenas uma tentativa de salvar Enzo, se tornou uma noite de mistos prazeres. Eu estava adorando aquilo. Era a mesma sensação que eu sentia quando ainda estávamos juntos. Soube que isso teria uma consequência: Eu estava reacendendo todo o sentimento que jurei jamais voltar a ter por Christopher.
Esses sentimentos não acabaram e pelo modo como ele me tratava e o modo como o vi tratar a própria noiva no telefone, sabia que ele não a amava.
Senti meus músculos se contrair e apertei minhas pernas em volta do quadril dele. Christopher se virou e me fez ficar por cima dele. Me sentei e comecei a me mover com a ajuda das mãos dele em meus quadris.
Acordei envolvida nos braços de Christopher, apenas enrolados no edredom e Enzo sentado no berço falando suas palavras sem nexo algum e às vezes escapava algo como papai ou mamãe de sua boca.
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The Last Hope - Vondy
Fiksi PenggemarÀs vezes, por mais que a gente tente fugir daquilo que um dia nos fez mal, o destino insiste em nos levar de volta ao ponto inicial. A gente se esconde, foge para lugares desconhecidos, tenta começar uma vida nova, apagar o passado e seguir em fren...