Epílogo Parte 2

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— Dulce! — Minha mãe puxou a cadeira atrás de mim e então todos se ligaram no que estava acontecendo. Christopher ainda parado feito uma estátua olhando pro líquido que agora estava também no chão.

— Está tudo bem gente, está tudo bem. — Falei. Eu nem estava sentindo dor alguma ainda.

— Tudo bem. É melhor você se sentar. — Minha mãe indicou a cadeira.

— Eu estou bem gente. Não quero estragar o jantar.

— Estragar? — O senhor Lewis veio até mim. — Será uma honra a Bia nascer bem no dia do meu aniversário.

— Seu aniversário é só amanhã senhor Lewis. Segunda feira, lembra?

— Eu sei, por isso mesmo. Antes da meia noite ela não nasce, mas mesmo assim acho melhor levarmos você para o hospital.

— Tudo bem. — Suspirei frustrada. — E Christopher, dá pra se mexer ou pelo menos falar alguma coisa?

— Minha princesinha vai nascer. — Sua voz falhou. — Minha filha vai nascer. É isso mesmo?

— Se quiser posso mantê-la aqui dentro o resto da minha vida. — Olhei Enzo que agora estava todo lambuzado de doces. — O que vamos fazer com o Enzo.

— Deixa que eu cuido dele. — A senhora Ana se prontificou. — E amanhã levo ele pra conhecer a irmã, não se preocupe.


Despedi-me de Enzo e lá fomos nós para o hospital. Blanca passou no nosso apartamento com meus pais para pegar as coisas da Bia. O senhor Lewis foi no carro dele, e no nosso carro fomos Alexandra, Christopher e eu.

Comecei a sentir dores durante o trajeto. Dores bem fortes até.

No meio do trajeto liguei para Scarlet e depois para Brian. Ele fazia questão de estar na sala de parto como esteve quando o Enzo nasceu.

Chegamos no hospital, demos entrada e depois de fazerem ultrassom em mim, me levaram para um quarto.

Apertei a mão de Christopher sentindo mais uma contração.

— Eu juro que não vou mais ter filhos. — Falei fechando os olhos.

— Ainda teremos um clube de futebol meu amor, relaxa. — Christopher beijou minha mão.

— Harram! Vai sonhando Christopher. Não é você que vai parir.

— Toma filha, vai te fazer bem. — Minha mãe me entregou um copo enorme com água e eu tomei tudo de uma vez.

— Oi mamãe. — Brian entrou no quarto. — Como está?

— Eu não vou nem responder essa pergunta a você Brian, me recuso. — Fechei meus olhos sentindo outra contração.

— Vim medir sua dilatação. — Ele riu. Olhei Christopher que não gostou nem um pouco da ideia.

— Precisa mesmo ser você?

— O médico pediu. — Ele deu de ombros abrindo minhas pernas. — Eu sou enfermeiro Christopher, isso aqui é estritamente profissional, não seja tão ciumento. — Christopher bufou e eu revirei meus olhos. Era desnecessário o ciúme dele. Brian mediu minha dilatação.

— Está com seis. Vai sofrer mais um pouquinho querida.

— Será que não dá pra induzir isto? Quero acabar logo. — Perguntei impaciente.

— Não é aconselhável Dulce. Vocês duas estão saudáveis, o parto natural é a melhor escolha.

— Não é você que está sentindo a dor. — Grunhi sentindo uma dor horrível. — Ai, ai ai. — Comecei a chorar. Minha coluna doía tanto, como se estivessem enfiando várias facas nela.

— Respira filha, já vai passar. — Minha mãe pediu.

— Eu estou respirando. — Apertei tão forte a mão de Christopher que ele reclamou. — Está aumentando a dor.

— É normal querida. — Alexandra tirou meu cabelo suado do rosto.

— Acho melhor vocês saírem e deixar apenas o Christopher e a mãe dela aqui. Vou colocar vocês em uma sala de espera reservada.

— Ok. — Eles se despediram de mim e ficamos no quarto apenas Christopher, minha mãe e eu.

— Se eu massagear aqui, ajuda? — Christopher perguntou massageando abaixo da minha barriga. — Dá pra sentir o bebê. — Ele arregalou os olhos.

— Não ajuda muito. Minha coluna está doendo muito. — Enxuguei o rosto. Minha mãe veio com uma toalha e secou minha testa.

— que horas são? — Christopher perguntou já tirando o celular do bolso e olhando ele mesmo. — Nossa, já passou da meia noite, nem percebi isso.

— Eu percebi. — Falei entredentes. A dor era constante, não parava mais nenhum minuto. — Droga, eu não estou aguentando, com o Enzo não foi assim. — Me sentei apertando a barriga. — Tem alguma coisa errada.

— Calma meu amor, não tem nada errado ok. — Minha mãe começou a me abanar.

— Só... me ajuda a descer daqui. — Puxei o lençol colocando minhas pernas pra fora.

— Dulce, você precisa ficar deitada.

— Não preciso não. Ouvi dizer que caminhar ajuda com a dor. — Apoiei-me no ombro d e Christopher e desci. Fiquei andando no quarto de um lado para o outro e Christopher atras de mim segurando o soro. — Estou enjoada. — Escorei-me na parede, colocando minha cabeça sobre meu braço.

— Volta pra cama vai. — Christopher massageou meu ombro.

The Last Hope - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora