— Está dizendo que conheceu esta garota linda em Punta Cana e que está enganando ela Ucker? — Arturo, meu melhor amigo entrou no carro junto comigo. — Aliás, ela é muito gostosa, sério. — Tomei meu celular de sua mão.
— Mais respeito Arturo. — Guardei o celular no bolso. — Não estou enganando ninguém, é só que não sei o que fazer. Não quero deixá-la, por outro lado tem o meu pai. — Dei partida rumo à faculdade pronto para encarar o pesaroso trânsito da capital. — Olha, não conta isso pra ninguém tá bom. Fica só entre a gente.
— E você já transou com ela? Porque olha, ela é um pitelzinho, pena que é pobre.
— Se você repetir isso eu jogo você pra fora do carro.
— Só tome cuidado para ela não dar o golpe da barriga em você, seu pai ficaria furioso.
— Ela não é como as outras garotas, não é como essas piriguetes que você fica, muito menos se parece com a Megan. Dulce é dócil, humilde, simples, divertida e não se mete na minha vida nem me sufoca como a Megan.
— A Megan é uma gostosa, não sei como consegue traí-la. Olha só aquele corpo, aqueles olhos, ela é maravilhosa.
— Aos dezenove anos já passou por duas cirurgias plásticas, sem contar que a maluca pôs silicone. Quem ela acha que é? A Barbie? — Revirei meus olhos. — Gosto de naturalidade, e a Dulce é exatamente como eu gosto.
— E qual foi a reação dos pais dela ao ver que o estranho de Punta Cana é milionário?
— Tecnicamente nada que não esperasse. A irmã dela parece que bateu a cabeça quando nasceu, mas é engraçada. Ela é maluca com meu carro, pediu para darmos uma volta qualquer dia desse. A mãe dela é neutra, apenas diz para eu não fazer a garota sofrer, mas o pai dela me dá medo, sério. O cara não gosta de mim nem pintado de ouro, mas o que posso fazer? — Estacionei na frente da Universidade e saí do carro pegando minha mochila no banco traseiro. — Mas tudo bem, algum dia farei com que ele goste de mim, você vai ver. Serei seu melhor genro.
— Até ele descobrir sobre a Megan. — Arturo zombou.— Se ele não gosta de você, te fará de paçoca quando descobrir a verdade.
— Essa não é minha verdade. A minha verdade é que estou perdidamente apaixonado por essa ruivinha. — Peguei o celular que vibrava em meu bolso. A foto de Dulce apareceu no visor de chamada. — Eu já volto. — Deixei Arturo seguir rumo ao nosso grupo de amigos do outro lado do estacionamento e fui atender. — Bom dia princesa.
— Ai, não sou sua princesa. — Franzi o cenho.— Aqui é a irmã da Dulce, preciso falar com você.
— Falar comigo? Aconteceu alguma coisa com a Dulce?
— Não, tem como me encontrar mais tarde?
— Onde?
— No café que tem há umas três quadras daqui. Lá pelas três da tarde, o que acha?
— Tudo bem, eu vou. — Não que eu não tivesse aula até às quatro e meia, mas pular as últimas duas aulas não iria me matar. Aliás, eu odiava estudar contabilidade e essas coisas.
Às três em ponto estava esperando a irmã de Dulce no café. Fui com Dulce ali pelo menos umas três vezes. Um local limpo, aconchegante, tranquilo. Pedi um capuccino, como Dulce sempre pedia pra gente e fiquei esperando.
— Boa tarde. — Ela se sentou à minha frente.
— Olá Blanca, boa tarde.
— Espero não ter atrapalhado nenhum compromisso.
— Não, claro que não. Mas, o que queria comigo?
— O aniversário da Dulce é em um mês, e bom, como ela vai fazer dezoito anos, queria preparar algo pra ela, e queria saber se você pode me ajudar. — Ela cruzou os braços por cima da mesa. — Como sabe, não temos dinheiro pra fazer uma festa grande, então queria fazer algo mais simples, e que caiba em nosso bolso sabe?
— Dia seis né? — Ela assentiu.
— Não estou pedindo apoio financeiro nem nada, mas preciso de alguém que me ajude a preparar tudo sabe? Meus pais trabalham até tarde, minha outra irmã não mora com a gente. Se casou no início do ano e foi embora pra Itália, mas a Dulce já deve ter dito isso. — Tomei mais um gole de capuccino enquanto a ouvia falar. — Dulce sempre quis ter a festa de quinze anos, mas não conseguimos fazer, então agora que eu posso ajudar, queria fazer uma festa pra ela, como sabe, dezoito anos só e faz uma vez na vida.
— Isso seria uma festa surpresa?
— Claro.Dulce iria querer chamar todos os amigos e bom, como já disse, não temos tanto dinheiro.
— Não. Isso não é justo. — Coloquei a caneca na mesa. — Se vamos fazer isso, teremos que fazer direito. Com direito a salão, lista de convidados e tudo mais.
— Não temos dinheiro pra isso Christopher.
— Não é problema pra mim, sabe disso. — Ela revirou os olhos. — Dulce é minha namorada. Vamos fazer o seguinte, o que vocÊs puderem gastar, vocês usam, e eu completo o que precisarem. Tenho um amigo que é DJ, e bom, tem um salão bem legal, não fica muito longe daqui, posso conseguir isso também. Faça a lista do que vamos precisar e me passe.
— Ela não vai gostar disso.
— Vai sim. Até porque todo mundo merece uma festa de dezoito anos bem planejada. Você tem o meu número?
— Não. Não consegui pegar, a maluca acordou quando eu fui apagar a chamada e ainda ralhou comigo por estar mexendo no celular dela. — Claro, ela ligou escondido da irmã.
— Me dá aí o seu celular. — Ela me entregou e eu anotei meu número nele. — Pronto.
— Então, qualquer coisa eu entro em contato contigo ok? E não conte nada a ela, por favor.
— Estragar a surpresa? Nunca. — Blanca sorriu. Ela pediu um café e continuamos conversando mais um pouco.
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The Last Hope - Vondy
FanficÀs vezes, por mais que a gente tente fugir daquilo que um dia nos fez mal, o destino insiste em nos levar de volta ao ponto inicial. A gente se esconde, foge para lugares desconhecidos, tenta começar uma vida nova, apagar o passado e seguir em fren...