Acordo com o sol no meu rosto, pela posição dele deu para perceber que ele nasceu a meia hora atrás. Olho para o relógio digital na cabeceira da cama, ele marcava 6:30, comprovando o meu palpite. Levanto-me e me direciono para o guarda-roupa, pegar meu uniforme, que era uma blusa branca com uma calça preta. Depois de me trocar eu me direciono para o banheiro pentear meu cabelo e acabo desistinto de deixar meu cabelo solto e faço um rabo de cavalo. Hoje, infelizmente, era terça-feira, e havia aula de matemática, com a pior de todas as professoras, Sandra, o terror entre todas as outras aulas da minha escola. O Colégio Roberta Monteiro é uma boa escola, estudo lá desde... Desde que me entendo por gente.
Pego minha mochila e vou para a cozinha, que fica no primeiro andar. Encontro minha mãe fazendo panquecas para o café da manhã.
- Olá Lucy! -comprimenta minha mãe.
- Oi - respondo - onde está a Tata?
- A Tamara?
- A senhora sabe que eu chamo ela de Tata de vez em quando. Então? Onde ela está?
- Está no quarto dormindo.
- A senhora já levou ela?
- Levar ela para onde?
- No médico, para descobrir se ela é imune.
Pego uma maça na fruteira, perto da pia. Reflito sobre como funcionava a tal da imunidade e fico a espera da resposta de Maureen.
- Ainda não, durante esses dias eu ando ocupada...
- Você tem que levar ela o mais rapido possível!
- Eu vou levar ela sexta á noite, que vai ser quando posso.
Concordo com a cabeça e me direciono ao porta-chaves pegar as chaves de casa. Dou um beijo de despedida em minha mãe, deixo um bilhete para a Tamara, falando que vou chegar um pouco atrasada hoje e que depois do almoço era pra ela tomar um banho e ir se arrumando até eu chegar para levar ela a escola.
A escola é a oito quarteirões de casa, não é tão longe assim... e pela segunda vez naquela semana, passo em frente a casa verde limão, onde mora minha amiga.
- Oi! - Grita ela se aproximando de mim - Como vai a minha amiguinha do coração?
- Não exagera Cláudia
Cláudia era a única amiga que eu tenho, na minha escola existe apenas dois imunes, eu e mais um garoto que eu não conheço, e quase todos os "não imunes" agem como se nós tivéssemos algum tipo de doença super contagiosa e perigosa, mas na verdade, bem que se é o contrario.
- Você não respondeu minha pergunta...! -cantarola a garota de cabelos ruivos.
- Estou bem. - Digo a ela, mas pelo que me parece, Cláudia está a espera de algo a mais - E tu?
- Esto bem! E a sua imunidade? Continua firme e forte?
Cláudia achava o máximo o fato de eu ser imune.
- Continua aqui...
- Que legal! Queria tanto ser imune ...
Quase lá... Quase na escola... Quase na prisão de tortura máxima, com os piores professores que essa cidade já teve algum dia. De onde eu estou já dá para ver o muro Leste, um dos quatro muros que cerca esta cidade, lembrando a todos dos horríveis desastres que destruiram parte do mundo. Aqueles muros era para deixar os infectados do lado de fora. Depois de aqueles muros foram construidos, ninguém nunca mais entrou e nem tentou sair (sem contar com meu pai).
Chegamos. A escola estava cheia de adolescentes e pré-adolescentes, garotos do sexto ano até o terceiro do ensino médio. Aquela era a única escola da cidade e havia, também, uma única universidade, A Universidade da cidade de Astride.
- Mais um dia no primeiro ano do ensino médio. - Disse Cláudia - Preparada para sofrer?
- Não... Mas, fazer o que. - Digo encolhendo os ombros.
Me direciono para a sala de aula, Cláudia no meu encalço. Viro para direita, entrando na sala, que estava praticamente vazia, havia apenas um grupinho de garotos no canto da sala, conversando animadamente, como se fossem garotas fofocando. Me sento no fundo da sala, Cláudia, ao meu lado, bem longe do grupinho.
O sinal bate, escuto o barulho das conversas e dos passos em direção a sala. Em um instante a sala se enche de alunos preparados para sentir o tédio das aulas de Matemática ou História e Geografia.
De longe vejo ele, Carter, o garoto mais bonito da turma, e o mais disputado entre as garotas do nono e primeiro ano, até mesmo o oitavo entrava na briga. Cláudia se levanta e vai em direção a ele, afinal, eles eram namorados. Eu sei o que você está pensando, que eu estou de olho no namorado da minha melhor amiga, não é nada disso, em minha opinião ele é muito chato e metido, não sei como é que a Cláudia consegue aturar ele, que, no mínimo, é bonitinho. Teve uma vez em que Cláudia teve a infeliz ideia de chamar eu e o Carter para jantar no mesmo dia, e deu tudo errado, Carter me odeia pelo fato de eu ser imune e deixou isso bem claro naquele dia. Depois da quela noite eu e ele viramos inimigos eternos, a única coisa em comum que eu tenho com ele é a Cláudia como alguém especial.
- Oi fofo! Como vai? - Pergunta Cláudia - Você vai lá em casa depois da aula?
- Claro que vou! - Responde ele dando um beijo nela.
Olho ao redor só para ver as lindas carinhas cheias de inveja das garotas, todos os rostos voltados para Cláudia e Carter.
Os dois se separam e de mãos dadas vão para seus lugares, Cláudia do meu lado e Carter do lado dela, o mais longe possível de mim.
A professora Roberta entra na sala e logo passa as atividades de Português.
★★★Logo a aula de português acaba e começa as duas aulas de Matemática com a Sandra, que rapidamente, não tão rapido quanto a de português, acaba e bate o sinal para o intervalo.
Me direciono para a fila do lanche e era só olhar para trás eu já soube que Cláudia ia passar o intervalo com Carter e sua banda.
Pego meu lanche e me caminho para o lugar que normalmete fico com Cláudia e sou surpreendida por ter alguém me esperando lá.
- Olá Half! - digo para o garoto que me olhava como se eu tivesse me atrasado para algo importante.
- Oi. - Responde Half amargamente.O garoto estava segurando uma câmera, ele era o fotógrafo do jornal da escola e um dos únicos que conversa comigo. - Você está atrasada!
- Atrasada para o quê? - Digo dando uma mordida no meu sanduíche.
- Jessica não lhe avisou que eu ia tirar uma foto sua e do Thomas, não?
- Não, ela não avisou nada e... Quem é Thomas?
- O outro imune! - ele se levanta e começa ir na direção de onde eu havia vindo - A foto vai ter que ficar para amanhã, no intervalo e aqui, neste mesmo lugar, agora, com licença, preciso avisar o pobre Thomas sobre a foto. Thauzinho.
E sai andando.
Logo termino de comer o sanduíche e o sinal bate, avisando que o intervalo acabou.
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A Epidemia
Science FictionPrimeiro veio os desastres naturais normais, depois veio uma explosão, a quem diz que foi clarões solares outros falam que foi um ataque alienígena, mas a realidade é que foram poucos os sobreviventes e ainda veio a doença, Ravener, esse é o seu...