Raveners, muitos Raveners

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Na nossa frente havia uma horda de Raveners cheios de sangue. O pânico me dominou pela décima vez só nesses últimos dias.

- Nós mal viramos a esquina. - Reclama Thomas.

Todos os Raveners estavam em último estágio, todos estavam sedentos de sangue, machucados e a pele deles estavam com uma cor estranha, uns estavam verdes, outros roxos e juro que até rosa bem forte eu vi.

Alguns deles nos examinavam como se fossemos um bife bem passado no prato e outros nem nos notaram.

Olho para ao redor, procurando uma saída pra nós. Do lado direito havia um predio de treze andares, do lado esquerdo havia uma casa prestes a desabar e atrás está a rua de onde viemos.

Dou um passo para trás, sendo seguida pelos meus companheiros de viagem. Depois dou outro e mais um, os olhos de cinco Raveners nos seguiam como um predador atrás da presa, não notei mais ninguém com fome de carne humana seguindo nós. Começamos a andar mais rápido, me viro de costas para os Raveners e saio correndo o mais veloz que pude, Thomas atrás de mim com Tata no colo.

Eu viro a outra esquina, sendo seguida pelos cinco Raveners, que pareciam ser mais rápidos do que os demais de sua espécie. Viramos mais uma esquina e antes que os nossos seguidores a virassem, entramos em um prédio grande e vermelho.

O salão de entrada do prédio era enorme, com lustres brilhantes pendendo do teto, um tapete bege cobria o chão e as paredes eram de um tom mais claro de amarelo e estava todo cheio de desenhos como flores e vinhas.

Corremos para as escadas, que estavam cobertas por um tapete vermelho escarlate. Subimos cinco andares e entramos em um apartamento aberto, o único que encontramos até agora. Ele era grande e espaçoso, as paredes eram pintadas de vinho, as portas eram de carvalho e o chão era de porcelana cara, da quelas que se você molhar elas mancham ou coisa parecida. Trancamos a porta e colocamos um sofá na frente, para ser mais difícil de eles entrarem.

Me sento no chão, bem longe da porta, mas continuando no mesmo cômodo e não tirando os olhos dela. O chão estava frio, mas o apartamento estava abafado.

- Por pouco? - Pergunta Thomas.

Balanço a cabeça em forma negativa e respondo:

- Nunca é por pouco, sempre estamos em risco Thomas! - Olho para a minha irmã que andava feito barata tonta, ela era forte, pois não chorava, não entrava em pânico, havia se acostumado aquela vida, cheia de surpresas, boas e ruins.

Thomas vai para a cozinha encher as garrafas de água e Tata se senta no meu colo, parecia estar mais tranquila do que eu, eu estava apavorada e com sono. Me deito com Tata do meu lado e logo me entrego ao mundo dos sonhos...

★★★

Acordo com o barulho de algo se quebrando e me lembro do porque Thomas estava viajando com nós e agradeço a mim mesma por ter convidado-o, pois se ele não estivesse ali, eu estaria cuidando sozinha de Tata, e sei que eu não conseguiria sozinha.

Me levanto com cuidado para não acordar Tata. Depois de em pé me inclino sobre ela e tiro uma mecha de cabelo loiro de seu rosto.

Vou em direção ao barulho, que era na cozinha e encontro um prato no chão e Thomas murmurando xingamentos inaudíveis.

- Você tem um certo talento em quebrar coisas, em? - Digo com um sorriso no rosto.

Ele se volta para mim com a testa franzida e um olhar confuso.

- Já acordou?

Me aproximo dele e agacho para poder catar os caquinhos do prato.

- Não vou dormir para sempre.

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