O Ateque

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Hoje a aula acabou mais rapido do que pensei e logo fui para casa, apressada, pois estava atrasada para levar Tamara a escola, como havia dito que ficaria.
Quando chego em casa vejo Tata almoçando, ela já estava pronta, lacinho no cabelo loiro e anciedade para encontrar os amigos, estampado nos olhos azuis.

- Lucy! - Grita ela depois de engolir um pedaço de bife, ela corre em minha direção e pula no meu colo. - Como foi a aula?

- Bem comum, comum até de mais pro meu gosto, queria pelo menos rever a mitologia grega. - Digo dando um abraço apertado em minha irmã.

- Estou ansiosa para aprender a mitologia grega e romana.

- Não se esqueça da mitologia egípcia e da Nórdica! - Fala minha mãe, que estava sentada na mesa observando-nos.

Coloco a comida em um prato e me sento ao lado de Maureen, e como o mais rápido possível, pois a cada minuto que se passa, é mais um minuto em que Tamara está atrasada.

Acabo de comer, ponho o prato na pia e vou trocar de blusa enquanto Tata pega a mochila. Visto uma blusa amarela e encontro ela na cozinha se despedindo de minha mãe, pego a chave que eu havia posto na bancada e também me despeço de minha mãe.

Assim que atravessamos a porta da frente e damos de cara com a rua sinto uma sensação estranha, como se algo terrível fosse acontecer. Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos ruins.

Eu e Tamara caminhamos em silêncio, Tata parecia estar escondendo alguma coisa.

- E então, como vão as aulas? -Pergunto.

- Bem... -Reponde ela e logo depois o silêncio volta.

Logo deixo ela na porta da escola, dou um beijo na cabeça dela e volto para casa, o silêncio, comigo.

Quando chego em casa, fico surpresa ao perceber que minha mãe havia saido e não ter deixado um bilhete avisando onde ela estava e quando voltaria. Dou de ombros e subo as escadas que dão pro quarto de minha mãe, o meu e o da Tata. Vou para o meu quarto e começo a fazer o dever de casa.

★★★

Assim que termino de fazer o dever, escuto o barulho da porta da cozinha sendo aberta. Corro para o primeiro andar e percebo que era a minha mãe chegando.

- Oh! Oi amor, como está?

- Onde a senhora foi? - Pergunto interrompendo as perguntas que minha mãe fazia.

- O quê... ? - Pergunta confusa.

- Onde a senhora foi?

Ela pareceu refletir sobre o que responderia.

- Desculpa eu não ter te avisado, eu tive que ir na casa da minha amiga, ela passou mal e me ligou, ela estava tão aflita e me pediu pra eu ir o mais rápido possível.

- Ir à onde? - pergunto mau humorada.

- Tive de levar ela no hospital.

- O que ouve com ela?

- Sabe a Alexandra? Lhe contei que ela estava gravida?

- Sim, a Senhora me falou. Ela ganhou hoje?

- Sim, uma garota e um garoto.

Fico surpresa com a novidade e envergonhada pelo fato de ter suspeitado de minha mãe, e eu nem sabia sobre o que e suspeitava sobre ela. Sinto meu rosto esquentar e sussurro um pedido de desculpas que minha falou não ter motivo.

Olho para o relógio e me assusto em saber que já são cinco e vinte e cinco, hora de buscar a Tata. Minha mãe então decide buscar ela de carro.

A EpidemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora