Acordando em um lugar diferente

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Eu estava em um lugar totalmente desconhecido por mim. Estava escuro e tudo que eu enxergava era uma clareira com uma fogueira e um grupo de Raveners dançavam em volta, eles cantava cantigos antigos e no meio de tudo isso, estava Cláudia, Tata, Thomas, meu pai e minha mãe.

Maureen dançava alegremente com Julios, meu pai, Tata bricava com um garoto que eu não conheço e Cláudia conversava com Thomas.

Tento correr até eles, mas me deparo com uma parede de proteção invisível. O meu choque contra a parede fez um ruído alto e chamou a atenção de todos os presentes. Os Raveners olharam para mim, minha mãe e meu pai pararam de dançar, Tata parou de brincar e Cláudia e Thomas pararam de conversar. Senti um frio na barriga, todos me encaravam com confusão, medo e descrença, ninguém ali me reconhecia, nem mesmo minha própria família.

Thomas deu um passo a frente, depois outro e veio caminhando em minha direção, em seus olhos estava estampado confusão e um pouco de reconhecimento, como aquelas pessoas que conhecemos e não vemos a muito tempo, mas seu rosto continua na memoria, mesmo sendo vagamente, e aquilo doeu bem no peito, lá no fundo, no coração. Toda a minha família e  Cláudia me olhava assim, como um desconhecido conhecido. Cláudia ultrapassou a parede invisível e veio até mim, seguida por Thomas. Olho para a garota parada na minha frente e depois para o garoto loiro logo atrás e meu coração doeu mais ainda quando ele me direciona um sorriso de lado.

- Quem é você? - Pergunta Cláudia - Sinto que te conheço de algum lugar.

Me escolho de dor, eles não me reconheciam mais, eles não se lembravam mais de quem eu sou.

- Deixe ela em paz Cláudia - Diz Thomas - Deixe-a respirar um pouco, ela parece meio perdida.

Olho para eles, que continuavam a me olhar como se eu fosse um animal de Zoológico ou algo interessante em um circo. Thomas se aproxima de mim e me abraça, um abraço caloroso de boas vindas.

- Seja bem vinda ao acampamento TC. - Disse ele.

O acampamento era grande e habitava cerca de vinte pessoas, não era muito, mas era o suficiente para eles. Cada pessoa no acampamento me olhava de jeito diferente, uns com pena, outros com nojo, e poucos com compreensão.

- As pessoas aqui não parecem gostar de mim - Sussurro para Thomas.

Ele sorri para mim, um de seus lindos sorrisos tortos e lindos. Em pensar que a um ou dois dias eu nem sabia quem ele era - penso.
De repente ele se aproxima e agarra meus ombros gritando meu nome.

- Acorda! Lucy! Acorda, Lucy.

Olho para ele, mas tudo começou a ficar escuro.

★★★

- Lucy, acorda! - A voz temava em tentar me acordar. - Tata... Pega pra mim aquele copo em cima da mesa?

Escuto sons de passos indo para longe e depois voltando.

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