A Chegada

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Já se passou quatro dias que estamos na casa da vidente, infelizmente ninguem ali sabia seu nome, já a garotinha loira se chamava Alice.

- Partiremos amanhã, - Fala Simon quando nos reunimos em um quarto vazio. - então aconselho que arrumem suas malas se não quiserem ficar para trás.

Saímos e fomos em direção a cozinha, que havia se ampliado e estava parecendo mais um refeitório. Yasmin se aproxima de mim juntamente de Sheyla.

- Você vai ficar? - Pergunta as duas para mim.

Balanço a cabeça negativamente.

- Não, vou até Fainne como ela, - Aponto para o andar de cima. - Me aconselhou fazer.

- Ela pode estar errada, como com a sua irmã.

Elas estavam certas nesta parte, era para minha irmã já ter chegado, minha preocupação só aumentava. Balanço a cabeça para tirar esse tipo de pensamento e me viro para as duas garotas.

- Só que eu sinto que tenho que ir lá.

Então viro para o próximo corredor, mudando totalmente meu destino, indo em direção ao meu refúgio. Encontro mais uma das cartas na minha porta, já era a terceira que recebi.

"Não se preocupe, sua irmã já está chegando, os portões são as únicas coisas que a impedem de estar com você. Se precisar de ajuda, estarei aqui.
                                                                                            ~Eu"

★★★

Comi uma maçã como almoço e dei minha sobremesa para George, que me olhou com os olhos cheio de fascínio e adoração. Termino minha maçã e vou correndo para o centro da cidade e depois para os portões.

Quando estou quase perto o suficiente para abrir os portões, alguém segura meu braço.

- Onde pensa que vai? - Era Rupert.

- Buscar minha irmã. -Digo entre dentes e me segurando para não acertar o taco na cabeça dele.

- Não a ninguém dos lados de fora do... - Rupert é interrompido por um garoto de quatorze anos com roupa de guarda.

- Tem alguém sendo atacado lá fora... - Ele respira fundo, tentando recuperar o fôlego. - Uma mulher.

Escuto Rupert gritar para abrir os portões e corro em direção à eles, os guardas tentam me impedir, mas desvio deles, preciva ir até minha irmã. Novamente vou para o lado de fora dos muros.

Seguro firmemente meu taco e corro em direção aos Raveners. Acerto-lhes na cabeça, braços ou barriga, na primeira coisa que aparecer, até não sobrar nenhum. Então vi o que não queria ver.

Minha irmã estava deitada, inerte, mas estava respirando. Seus machucados eram terríveis e precisavam ser curados. O garoto de quatorze anos aparece do meu lado novamente e me ajuda a erguer ela.
- Não sei como você conseguiu matar todos eles e ainda continuar  viva.

Dou de ombros e com a ajuda dele, levo ela para dentro dos muros.

★★★

Teo, o garoto que me ajudou, não pôde me ajudar mais do que aquilo, mas disse que queria falar comigo sobre os portões, então combinamos de nos encontrarmos no dia seguinte no Caffe June's às 15:30.

Vou cambaleando pelas ruas com Livia apoiando nos meus ombros. Ela havia acordado a um tempo, mas não podia fazer muito para me ajudar, seu tornozelo estava inchado. A rainha dos Raveners derrubada pelo seu próprio povo. Ela gemeu de dor.
 
- Estamos chegando. - Digo quando estavamos na frente da velha casa.

Alice aparece na porta perguntando a senha.

- X21.

Ela permite que entremos e eu levo Livia para meu quarto. Quando estou quase chegando, Simon aparece.

- Olha se não é a... - Ele vê Livia e arregala os olhos. - O que aconteceu!?

Ele me ajuda a colocar ela na cama.

- Vou chamar a Rafaela.

Assim que ele sai do quarto, minha visão escurece e desmaio, caindo no chão.

★★★

Acordo em um quarto diferente do meu, não muito diferente na verdade, os cômodos eram posicionados da mesma maneira, mas as paredes eram de um azul celeste.

Me levanto e tento andar, mas uma dor insuportável atravessa minha perna esquerda, olho para minha perna e vejo que ela esta enfaixada. Solto um gemido de dor e vou mancando até o banheiro. Retiro minha roupa e começo a tirar o corativo, ali havia uma mordida que não percebi.

Olho para o relógio, estava na hora do jantar, entao tomo um banho rapido decido vestir um vestido simples, que estava em cima do criado mudo junto com faixas e curativos. Quando começo a enfaixar minha perna, Simon entra no quarto.

- Finalmente acordou, em? - Fala ele sorrindo, mas seu rosto fica sério. - Fiquei preocupado, de verdade.

Me levanto e junto as coisas minhas coisas e me viro oara ele.

- Como ela está? Onde ela está? - A preocupação em minha voz era evidente.

- Arranjamos um quarto para ela, então você ja pode voltar para o seu. Ela está bem, a única ferida grave foi uma mordina no tornozelo dela, fazendo inchar.

Concordo com a cabeça.

- Se não se importa, eu tenho que guardar isso e... Estou com fome, então... Com licença.

Saio pela porta e vou ao meu quarto, jogar aquilo tudo na cama para arrumar depois, meu estômago estava roncando. Encontro Edth na cozinha com Sheyla, elas conversavam animadas enquanto comiam um hambúrguer.

- Hmmmm. Sobrou um para mim, estou morrendo de fome.

Elas olham para mim e sorriem. Edth me estende outro hambúrguer.

- A Sheyla estava me contando que ela vai ficar aqui na cidade.

Sheyla assente, o sorriso mais largo.

- É uma ótima oportunidade, e não vai ser só eu, Yasmin e Thales, já confirmaram, mas ainda tem gente que não decidiu.

- É melhor decidirem logo. - Digo olhando para elas. - Partiremos amanhã, não é?

Edth concorda com a cabeça e termino o hambúrguer. Depois sigo para meu quarto, mas sou interrompida por Simon, que segura meu pulso.

- Percebi que nem todos vão conosco. - Comenta ele amargamente. - Então gostaria de saber se você vai ficar ou nos seguir.

- Vou com vocês, sinto que algo bom me espera em Fainne.

Ele concorda com a cabeça e aproxima o rosto do meu, me afasto e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas. Ele se afasta também e coça a nuca.

- É... - Fala ele constrangido. - Nos vemos amanhã então.

Concordo com a cabeça e ele se enclina e beija meu rosto, meu coração pula em meu peito e vou apressada para meu. Não consigo dormir cedo, então fico remexendo na cama pensando em como alguém pode te prender em uma jaula um dia e no outro, tentar lhe beijar. Ou, como alguém pode lhe disser que te ama e no estante seguinte estar com outra nos braços. Quando consigo dormir, o sonho não é dos melhores.
               
         

A EpidemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora