Acordei de bom humor, o Sol estava no topo do céu. Como todos ainda dormiam, decido terminar de ler o diário de Maureen. De pouco a pouco todos acordaram, inclusive Thomas. Comi algumas bolachas sem largar o livro.
Logo desmontamos o nosso estranho acampamento. Não vou relatar a cansativa tarde, pois tudo que fizemos foi caminhar sem parar em direção ao Sul, onde fica Fainne, uma das cidades mais tecnologicas do que antes era o Brasil. Desde pequena meu sonho era me mudar para lá, uma cidade mais segura, a única cidade que teve pouco impacto com a doença. Reconstruíram-na logo depois dos desastres, seu nome antigamente, antes disso tudo, era São Paulo, mas como foi devastada por terremotos, tiveram de reconstruir vários lugares, mas depois disso tudo, veio a doença, que devastou todo o mundo, piorando tudo, por sorte, poucas as pessoas que pegaram o Ravener em Fainne.
Lógico que esse sonho é pequeno, pois poucas são as esperanças em Astride, meu verdadeiro sonho era ir para a América do Norte, um lugar bem melhor que aqui, várias cidades já estavam de pé novamente, com se nada houvesse ocorrido, a única coisas que eles não tem, é minha mãe, a única que quase conseguiu a cura.
A noite caí, Thomas estava perto da fogueira que Thales havia feito mais cedo. Me sentei e continuei a ler, uma voz dento da minha mente me dizia que se eu continuasse a ler, descobriria algo importante.
"Pulei nos braços de Julios assim que percebi ter terminado a cura. Corri para meu laboratório secreto, onde tenho um Ravener sem nenhum ferimento e muito novo. Testei nele a cura, mas precisa de alguns ajustes, só funcionou, porque ele é novo e a doença estava nas primeiras etapas. O pequeno garoto de quatro anos havia perdido o pai e a mãe, quando tentei cura-los, os guardas já havia levado eles para fora dos muros.
Depois de alguns dias, George se recuperou bem, não se lembra de nada do que aconteceu enquanto estava doente, tudo que ele sabe é que levaram seus pais para fora fora dos muros, pois era um risco deixa-los aqui..."
O relato não terminou, muita coisa vinha depois, mas algumas palavras me chamaram a atenção, estavam umas em baixo das outras mesmo não tendo chegado no final da linha. Era os ingredientes para a cura e o modo de preparo.
"É muito simples... Você simplesmente mistura tudo no fogo alto..."
Me levanto em um salto e procuro Thomas para lhe contar o que descobri, mas ele não estava por perto. Saio em procura do garoto loiro. Vejo Edth conversando com Victor, segurando uma latinha de refrigerante e rindo loucamente.
- Edth! - Grito tentando chamar sua atenção. - Edth!
Me aproximo dela e do Victor.
- Lucy! Como vai? - Ele fala como se eu devesse estar chorando ou algo assim.
Olho para ela confusa. Balanço a cabeça tirando a confusão que ali habitava.
- Você viu Thomas?
Ela olha para Victor e depois para mim, ela me olhava com pena, assim como Victor.
- Eu ajudo você à xingar e bater nele... Se você quiser, claro!- Fala ela com a mão no peito e um pouco de ódio na voz. Continuo confusa e Edth percebe. - Você não... sabe?
- Não sei o quê? Por que eu bateria em Thomas?
Edth ainda tinha um olhar de pena direcionado para mim. A garota de cabelos coloridos apontou para algo que não consegui enchergar, estava longe e desfocado. Assim que chegarmos em Fainne, verei se preciso de óculos como minha mãe. Me aproximo um pouco e vejo o que tando Edth me apontava... Respiro fundo e engulo as lágrimas.
Thomas estava beijando Isa! Por isso ele havia desaparecido a tarde toda... Eu não sabia, não enchergava, onde começava um e terminava o outro. Seus corpos estavam colados, não passava nem vento. Coloco uma mão na boca e a outra no peito, onde habitava uma enorme dor, a mesma dor que senti no peito quando perdi minha mãe, que nem pode usar a cura em si mesma.
Recuo para trás até tropeçar em uma raiz de uma árvore e cair no chão, fazendo um enorme barulho e chamando a atenção de todos ao meu redor, inclusive dos dois pombinhos.
Minha mão direita ainda apertava fortemente meu peito, tentando diminuir a dor. Minha visão embaça e tudo fica turvo. Me levanto com dificuldade. Thomas tenta vir na minha direção. Corro para o meio das árvores, fugindo do garoto loiro, da garota de cabelos pretos e de todo o acampamento.
Escuto o barulho de passos me seguindo e uma voz me chamando,corro mais rápido. Depois de um tempo, começo a me cansar e os barulhos de passos haviam me abandonado. Me sento e uma clareira, a respiração ofegante.
Tudo o que faço é me desfazer em mais lágrimas. Todo o meu corpo doía.
★★★
Acabei dormindo com todo o rosto molhado e acordei com um frase que meu pai dizia antigamente: Não podemos julgar ninguém sem antes escutar sua justificativa, mas não havia como ele me dar uma justificativa boa.
Me levantei e voltei ao acampamento procurando por Edth, a única que considero minha amiga. Assim que a encontro, ela corre e me abraça.
- Eu sinto muito Lucy! - Fala ela desamparada.
- Não sinta, você não fez nada.
- Onde você se meteu?
- Fui dar um volta, espairecer, precisava de um momento sozinha...
Ela balança a cabeça concordando e me abraça novamente, tentando me consolar.
- Desculpa, mas acho que você deveria ir falar com Thomas, xingar ele bastante!
Rio do que a garota de cabelos coloridos e lhe respondo:
- Acho melhor deixar para amanhã, já é madrugada e estou com sono.
Vou em direção ao meu saco de dormir e vejo que as coisa de Thomas não estão mais lá. Aposto que ele está dormindo ao lado dela. Me deito e caio no sono, me lembrando de uma música antiga:
"Rio do passado... E espero o futuro com uma faca na mão..." - Sandy
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A Epidemia
Science FictionPrimeiro veio os desastres naturais normais, depois veio uma explosão, a quem diz que foi clarões solares outros falam que foi um ataque alienígena, mas a realidade é que foram poucos os sobreviventes e ainda veio a doença, Ravener, esse é o seu...