Assim que Cláudia entrou com Tata em seu encalço, o clima ficou diferente, Thomas estava olhando para Cláudia com os olhos semicerrados e brilhando e fúria e Cláudia o olhava com desprezo.
O que aconteceu entre eles, parecem se odiar a anos - penso.
Thomas tirou o olhar de Cláudia e se virou para mim, os olhos dele se acalmaram assim que pousaram em mim, o que foi estranho...
- Tem um atalho aqui perto que vai mais rápido para o fim do Oeste, mas é subterrâneo e não vai poder nos levar mais do que até a área Oeste.
- Qual parte da área Oeste? - Pergunta Cláudia, mas Thomas não respondeu.
- Nós deveriamos continuar armados, talvez tenha um ou outro inimigo no caminho. Subiremos do subsolo mais ou menos na rua principal do Oeste, a Rua de Hipnos, deus do sono na mitologia...
- Grega - Termino a frase.
- Exatamente...
- Essas ruas tem um nome mais esquisito que o outro. - Bufa Cláudia. - Quando vamos chegar lá se partitmos agora?
Thomas começou a fazer as contas, olhou no relógio e voltou a fazer contas mentalmente.
- Se fizermos duas ou três pausas por dia, vamos chegar lá daqui a dois dias.
- E se nós andarmos aqui em cima? Vai levar quanto tempo? - Pergunto a ele, que ainda continua a me olhar fixamente.
Ele volta a fazer os cálculos silênciosamente.
- Quatro dias... - Responde o garoto - E meio. - Completa de repente.
Cláudia bufa de novo e se joga no sofá, perto de onde Tata estava.
- Arrume as malas. - Digo a Thomas - Partiremos daqui meia hora.
Depois que o garoto vai para o andar de cima arrumar sua mochila, Cláudia explode, me xingando por ter convidado o pobre garoto a ir com nós.
- Você não sabe o que ele é! - Grita a ruiva para mim.
- Um imune? - Tento responder a pergunta o mais séria possível, mas um sorriso se forma em meus lábios.
- Também... - Responde Cláudia, sem notar que a amiga, mesmo não querendo, falou ironicamente. - Ele já foi meu namorado antes.
O que a ruiva acaba de contar me surpreende, nunca pensaria que os dois haviam ficado juntos no passado, e o pior de tudo era que ela nunca me contou! Me senti abalada pelo que ela disse.
- Quando? - Grito de volta. - Você nunca me falou isso! É bom saber que você sempre me conta tudo nos mínimos detalhes!
- Foi a um bom tempo... No oitavo ano... E eu terminei com ele. - Responde ela sem graça.
Balanço a cabeça, sem motivo algum, não queria saber o que aconteceu para eles terem começado a namorar, se eles terminaram e voltaram ou qualquer outra coisa que eles fizeram juntos.
Então o garoto volta com uma mochila nas costa e uma arma na mão, era uma pistola, não era muito, mas era o bastante para deter um ou outro Ravener.
- Tem muito mais bala dentro de minha mochila. - Diz ele, reparando em meu olhar.
Ele trava a arma e a coloca no cós da calça, arruma a mochila nas costas e vai para a cozinha. Thomas pega uma garrafa de água e algumas frutas, colocando-as em uma sacola e guardando-as na mochila.
Tata corre em minha direção, juntamente com Cláudia.
- Estamos prontas para patir. - Fala Cláudia e vejo em seus olhos, que ela não queria Thomas por perto e queria contar para a amiga o que havia acontecido naquele dia, mas será que eu queria ouvir? Ou apenas Iguinorar?
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A Epidemia
Science FictionPrimeiro veio os desastres naturais normais, depois veio uma explosão, a quem diz que foi clarões solares outros falam que foi um ataque alienígena, mas a realidade é que foram poucos os sobreviventes e ainda veio a doença, Ravener, esse é o seu...