Histórias assombradas

20 9 0
                                    

Simon nos soltou assim que Lee lhe informou do que aconteceu com Thomas, então pude ir para a enfermaria, carregando praticamente todo o peso do garoto loiro. Na enfermaria, todos os ferimentos de Thomas foram curados e colocaram várias faixas. Dormimos e assim que acordamos, fizemos as malas para podermos finalmente ir na longa jornada em busca de uma cidade nova.

★★★

Assim que terminei de arrumar minha mochila com alguns livros e roupas, escova de dentes e de pentear o cabelo, calcei um tênis e levei várias outras meias. Alguém bateu na porta e eu fui abrir.

Thomas me abraça e me levanta do chão, rodando e rodando sem parar, até eu começar a ficar tonta.

- Thomas! - Solto uma risada. - Me larga! Desse jeito vou acabar ficando tonta.

Ele para de rodar, mas continua comigo no colo. Passo as pernas em volta da cintura do garoto loiro, que sorria animadamente.

- Qual o motivo de tanta alegria? - Pergunto apoiando minha testa na dele.

- Vamos para fora dos muros, finalmente! - Seu sorriso almenta e ele me beija profundamente, como se sua vida dependesse disso. - E vamos juntos...

Rio e lhe dou um selinho. Thomas fazia tanto drama com uma coisa tão pequena, que faria qualquer um rir, mas para mim, aqueles gestos eram fofos e significativos.

Ele me coloca no chão e vai até minha mochila.

- Já está terminando? De arrumar a mala, quero dizer.

- Falta colocar comida, de resto, já terminei.

Ele pega minha mochila e a joga em minha direção. Pego a mochila ainda no ar e chamo ele para ir a cozinha comigo. Almoçamos e pegamos a comida para levaremos na viagem.

Depois de nos prepararmos, fomos para o gaupão de entrada, esperando a hora que finalmente iríamos para fora dos muros.

★★★

Quando se deu duas horas da tarde, todo mundo já estava reunido e esperando a boa vontade de Isa para podermos partir. Quando Isa abre as portas, todo mundo faz quatro filas e passam para fora do misterioso gaupão.

A luz do sol me cega e seguro firmimente a mão de Thomas, que estava do meu lado. O céu estava de um azul claro, mas era quase impossível reparar nele, já que o sol estava ofuscando toda sua beleza.

E assim, começamos nossa mais nova jornada para um destino totalmente diferente do que tinhamos antes.

★★★

Passamos a tarde inteira caminhando rumo aos muros, mas ainda faltava muito para chegar lá e sol já se punha, deitado no horizonte, as estrelas brilhavam foscamente do lado leste do céu e a lua repousava ao lado delas.

- Acho melhor dormirmos em algum desses prédios, também descansar, comer, usar o banheiro. - Fala Isa olhando para as pessoas à sua frente.

Achamos um prédio, abandonado como todos os outros, mas era um pouco mais aconchegante, precisaríamos talvez de alguns dias a mais, pois os portões para fora da cidade fica na área sul, tinhamos de atravessar a cidade, que está, neste exato momento, cheia de Raveners famintos.

Entramos no prédio e nos organizamos, cinco na cobertura, sete no penúltimo andar e oito no antepenúltimo, adivinhe em qual eu fiquei? Exatamente! No com oito pessoas, Edth, Victor, George, Yasmin, Thales, Sheyla, Thomas e eu.Os oito haviam concordado em dormir na sala, por precaução e etc. Quando todos estavam prontos para dormir, Thales se sentou no meio do cômodo e nos propôs algo bem interessante:

- Andem, sentem-se aqui e iremos revirar os piores pessadelos de todos! Contem as piores história de terror que vocês conhecem! Começando com... - Ele olha em volta, para todos nós. Eu estava sentada perto de Thomas, com minha cabeça encostada em seu ombro. Edth estava sentada no colo de Victor. Sheyla e Yasmin estavam cada uma de um lado de Thales, disputando sua atenção. E George estava sentado do meu lado com as costas apoiadas na parede, abraçado às próprias pernas. - George!

- Eu? - Fala o garoto moreno apontando para o próprio peito.

- Vai lá George! - Incentiva Edth.

- Então eu vou. - Fala ele revirando a mente, procurando uma história que assuste a todos nós. - Em uma noite, cinco garotas estavam comemorando o aniversário da mais nova entre elas, que se chamava Renata, elas então decidiram jogar um jogo.

"Depois de um tempo jogando o divertido jogo, elas escutaram passos indo em sua direção, decendo as escadas. As cinco garotas olharam em direção ao barulho e viram uma estranha figura de capuz preto bem ali, de frente a elas."

" A estranha figura apontou para a mais nova e lhe disse, com a voz grossa:"

"- Adeus Renata..."

" A figura de preto desapareceu e um ano depois, em seu aniversário, Renata foi assassinada exatamente à meia noite..."

- Legal... Deu arrepio! - Fala Yasmin. - Fiquei com medo

- Mas nem tanto quanto o medo que vocês vão ficar com a que vou lhes contar agora... - Fala Thales.

"Duas irmãs estavam passeando por uma floresta para poderem caçar corujas, quando viram um vulto passando perto delas. As duas começaram a seguir o vulto..."

- Garotas burras! - Interrompe Victor.

- Vai deixar eu continuar minha história ou vai ser difícil? - Reclama Thales.

- Prossiga então! - Fala Yasmin.

" As duas garotas então seguiram o vulto até um certo ponto, quando elas se viram perdidas na floresta e notavelmente perderam a tenebrosa figura de vista. Mas quando elas se viraram para voltar pelo caminho em que vieram, o vulto estava encarando-as com seus olhos vermelhos e assim o corpo das duas foram encontradas enforcadas em uma árvore no meio daquela floresta."

- Parece um pouco com a do George... - Diz Sheyla timidamente.

- Chega dessas históriazinhas para dormir! Não tem nenhuma que assuste de verdade não?

- Não conheço nenhuma... - Fala Sheyla.

- Não me vem nenhuma à mente. - Sussurra Yasmin

- Conte alguma então Edth. - Incentiva Victor e George. - Sei que você tem várias.

- Então lá vai...

"Em seu aniversário de dois anos, Pamela ganhou uma linda boneca de porcelana. Essa boneca tinha um grande lugar em seu coração, mas mal sabiam os pais de Pamela, que aquela boneca realmente conversava com sua querida filha. Marina, a boneca, todos os dias afirmava para Pamela:

- O grande dia está chegando!

Quando Pamela fez seus doze anos, começou a se afastar de Marina e a não acreditar mais em suas palavras, pois já havia dez anos que a pobre boneca repetia as mesmas palavras. Mas este afastamento foi um erro.

Pamela fez seus treze, seus quatorze e finalmente, seus dourados quinze. Marina já estava a muito tempo quardada dentro do armário, cheia de poeira e junto a várias outras coisas que a garota tinha dó de jogar fora.

No dia seguinte ao aniversário de quinze anos de Pamela, Marina finalmente saiu do armário, mas por conta própria. A boneca foi até Pamela e lhe sussurrou em seu ouvido:

- Hoje é o grande dia!

A pobre Pamela, não soube informar o porque, mas sentiu medo na manhã em que Marina lhe falou aquilo, então foi dormir na casa de sua melhor amiga.

A garota escutou os barulhos de pequenos passos na escada e acordou a amiga, que lhe disse não ter ouvido nada. Pamela, confusa, tenta dormir novamente, mas escuta a pequena voz de sua boneca de infância:

- Eulhe disse que hoje era o grande dia...

E a última coisa que Pamela viu, foi sua adorada boneca Marina com uma faca na mão."

A EpidemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora