Depois de um tempinho, depois de eu e Thomas recebermos cuidados médicos, esperamos Edth arrumar os nossos quartos. Enquanto isso, ficamos a sós.
- É tudo muito estranho... - Digo baixinho. - Aqui, quero dizer.
-Por quê? - Pergunta Thomas olhando em volta.
Sua calça estava rasgada na altura do joelho na perna esquerda, onde Sams arranhou e mordeu. A perna dele estava cheia de corativos. Também tenho pontos em minha orelha e um corativo por cima.
- Não tenho certeza... - Também olho em volta. Estavamos em uma salinha de paredes brancas, sem nenhuma janela a vista. - Não me sinto confortável aqui...
Ele balaçou a cabeça, concordando com o que digo. Parecia cansado e precisava dormir. Olho para o relógio, eram oito e meia, nem sei mais quantos dias tem o ataque a cidade.
- Onde está aquela garota? Estou morto de sono e com muito medo. - Ele solta um suspiro fraco e sorrio com sua sinceridade.
As portas duplas no canto da sala de enfermagem se abrem e Edth entra apressada.
- Vamos! Antes que Isa descobre que demorei muito para arrumar os quartos. Mas a culpa não é minha se os quartos estavam uma bagunça! - diz ela rapidamente e stressada
- Compreendo... - Falo para ela, que sorri e agita as mãos.
- Vamos, vamos! Estamos atrasados!
★★★
Edth nos deixa no nossos quartos, que são um do lado do outro e interligados por duas portas com espaço de trinta centímetros de distancia uma da outra, para que, assim, não haja falta de privacidade.
Decido dormir, então visto um pijama que Edth havia deixado em cima da cama e escovo os dentes. O pijama é confortável, mas o short é muito curto e blusa mais parecia um vestido.
Me deito na cama, mas não consigo dormir. Havia muito tempo que eu não dormia bem e eu sentia saudades de quando minha maior preocupação eram os deveres e estudos (e o fato vergonhoso de eu acreditar ser a única BV da sala). Respiro fundo, frustrada por estar morrendo de sono e mesmo assim não conseguir dormir.
Escudo uma batida na porta que dava para o quarto de Thomas. Calço um par de pantufas que estavam lá no chão do lado da cama e vou até a porta de interligamento.
- Quem é? - Resmungo com um ouvido na porta, tentando prestar atenção aos ruídos vindo de trás dela.
- Sou eu... - Conheceria o som daquela voz até mesmo debaixo d'água.
Destranco a porta e a abro. Thomas estava com uma aparência péssima. Seus olhos aparentavam cansaço, como se não tivesse dormido a meses e apresentavam olheiras e seu cabelo estava bagunçado. Mesmo tendo toda essa aparência cansada, ele estava fofo e tinha o mesmo brilho no olhar de quando me via.
Thomas estava de pijama, ou pelo menos, estava de calça de moleton, pois estava sem blusa. Seu corpo era definido, mas ele era um pouco magro também. Sinto minhas bochechas esquentarem ao perceberem que seus olhos também percorriam meu corpo e sua mente fazia anotações e tiravam lascas de mim para guardar um pouco para si.
Olho para meu relógio que mostrava ser nove e meia e comento:
- Acho que está tarde para visitar o quarto de uma garota, não?
- Achei melhor vir aqui e falar que acho que seria uma boa idéia deixar as portas destrancadas para o caso tentarem nos sequestrar ou algo do
tipo... - Ele engoliu em seco, ainda me olhando de cima a baixo, e continuou. - Caso você precise de minha ajuda... Ou eu precise da sua...
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A Epidemia
Science FictionPrimeiro veio os desastres naturais normais, depois veio uma explosão, a quem diz que foi clarões solares outros falam que foi um ataque alienígena, mas a realidade é que foram poucos os sobreviventes e ainda veio a doença, Ravener, esse é o seu...