Continuei parada, sem acreditar no que Thomas acabou de dizer.
- Quando vamos? - Pergunto.
- Segunda que vem!
- Que dia da semana é hoje?
- Quinta feira, 17/05.
Thomas se senta na cama. Me levanto e começo a andar pelo quarto, iríamos para fora dos muros daqui a quatro dias, minha cabeça já começara a latejar.
- Não é perigoso? - Me viro para Thomas - Para mim isso é loucura!
- Vamos encontrar uma cidade grande, achar um lar e um laboratório bom para Isa e sua equipe terminar o que sua mãe havia começado.
- Mas isso deveria ser eu a liderar, não ela!
- Ainda não tem confirmação de que você é mesmo filha de Maureen, para eles pelo menos, - Ele apontou para fora do quarto. - Pois eu tenho certeza, te conheço a muito tempo.
Sorrio e lhe dou um selinho. Nesses últimos nove dias, perdi muita coisa, mas também ganhei muita coisa, Thomas é uma dessas coisas que tenho de agradecer bastante por ter entrado na minha vida e não ter saído até hoje.
- Quando os teste vão estar prontos? - Pergunto a ele.
- Sábado. Nem sei porquê fizeram os meus testes, não sou ninguém importante comparado a você.
- Eu não sou ninguém, não sou princesa! Não sou a pessoa que criou a cura, essa foi a minha mãe!
- Aposto que você vai conseguir fazer o que sua mãe não conseguiu.
- Não tenha tanta certeza, eu não faço a minima ideia de como inventar a cura.
- Tenho total certeza de que você vai conseguir.
★★★
Depois de discutirmos sobre o que achamos de sair da cidade e procurar um lugar mais seguro, mesmo sendo arriscado o caminho, fomos jantar. A sala estava cheia como ontem, apesar de a fila estar pequena. Pegamos comida e nos sentamos sozinhos numa mesa que sobrou, bem no cantinho da sala, longe de todo mundo.
- Não é para falar sobre isso com ninguém, já estou correndo risco de ter falado com você. - Fala Thomas olhando em volta.
- Você vive correndo riscos por minha causa. - Digo balançando a cabeça.
- Por você, vale a pena. - Ele me lança um de seus sorrisos lindos e minhas bochechas ficam vermelhas.
- Nem vem. Não sou grandes coisas.
- Você é. - Diz ele mastigando. - Só não sabe disso
Sorrio. Thomas é o que tenho de mais preciso, só me afastarei dele, quando este me pedir.Olho para minha comida e me lembro de meu pai tentando me fazer comer verduras quando eu era pequena.
- Acha que este teste vai falar sobre meu pai? Queria saber quem ele foi.
- Mas você já não sabe?
- Sei o nome dele, sua idade e como seu rosto era, mas não sei quem ele era de verdade. Seu nome completo, qual era seu trabalho e o porque ele foi para fora dos muros.
- Seu pai foi para fora dos muros? Por conta própria?
- Não tenho certeza se ele foi por conta própria ou se foi obrigado pelo trabalho, eu tinha seis anos quando isso aconteceu, era muito nova para entender o que aconteceu realmente e minha mãe só me contou a verdadeira história depois que eu fiz doze anos.
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A Epidemia
Science FictionPrimeiro veio os desastres naturais normais, depois veio uma explosão, a quem diz que foi clarões solares outros falam que foi um ataque alienígena, mas a realidade é que foram poucos os sobreviventes e ainda veio a doença, Ravener, esse é o seu...