cap.62

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Muita coisa me passou pela cabeça naquele momento em que a médica entrou pelo quarto adentro à espera de encontrar um miúda doente.

Era uma senhora com já uns 40 anos em cima, tinha cabelos grisalhos e na mão trazia uma mala castanha dr cabedal. Tudo o que queria era ficar sozinha, pensar em momentos com a minha mãe, pensar o que iria fazer da minha vida daqui para frente, pensar como é que um coração partido poderia ficar bom de novo.

A mulher aproximou-se de mim, poisando a mala na mesinha dr cabeceira mesmo ao lado da cama. Estavam todos a observar-me, mas a verdade é que aqueles olhos postos em mim não me incomodavam, como dantes, apenas já não tinha mais forças , para me lamentar.

Ela observou-me sem me tocar. Estava deitada na cama com o Ron a dar-me a mão. Uma lágrima rebelde caía-me do canto do olho e sem estar à espera a médica falou.

-Vou precisar que saiam do quarto para a examinar, se não se importam.- Ela disse.

Todos assentaram. O Ron insistiu em ficar. Eu não queria que ele se fosse embora, não tinha problemas quando ele estava por perto e por isso com a minha voz fraca afirmei que ele ficava.

Quanto mais me enrolava nos cobertores mais frio tinha era comk uma onda de arrepios que passava por mim constantemente.

O Ron viu que eu estava assustada e por isso deu-me a mão, não sabia o que fazer o meu corpo continuava imóvel e depois de muitas tentativas de me tentar examinar acabou por me dar uns comprimidos para tomar antes de me ir deitar e saiu do quarto. O Ron foi atrás dela, possivelmente para lhe arrancar algumas informações sobre o meu estado de saúde.

Acho que só eu alguma vez vou entender o que estou a sentir.

RON'S POV

Assim que a médica acabou de examinar a Sam, arrumou as suas coisas e fez -me sinal para que fosse lá fora. Compreeendia que a Sam não estava nada bem, mas não fazia sentido nenhum ela de um dia para o outro focar assim, bastante doente!

- Doutora?

Ela virou-se para trás e acompanhei-a até à sala onde se encontravam os restantes membros da sua familia.

-Como é que ela está? - A Shana perguntou.

- Primeiro, queria fazer algumas perguntas...

- Claro... diga.

- Ela ultimamente tem andado em baixo, ou tem tido comortamentos estranhos?

Acho que ninguém se queria referir propriamente ao assunto da morte da mãe de Sam, e por mais que custasse quebrar o gelo, tive que ser eu a falar:

- A mãe dela morreu à relativemente pouco tempo.- respondi.

- Estou a ver. Lamento muito.
Ah, como estava a dizer ela não está mesmo doente...

- Não está?, mas e a febre? E os tremores?

- Isso é tudo da cabeça dela. Ela tem que ser ajudada o mais rápido possivel, tem que a ajudar a ultrapassar este momento que deve estar a ser horrivel para ela, dando-lhe esperança. A sua cabeça criou este problema, da febre e da gripe para se abstrair de tudo o resto, é como se fosse uma "pequena mentira".

- Está a dizer que ela está com algum tipo de depressão?- Perguntei.

- Se ela não ultrapassar isto da mãe rapidamente, é o que vai acontecer...

Não, ela não podia ficar assim com uma depressão de um dia para o outro, eu não vou sequer dar essa hipótese ao universo!

A médica foi-se embora e eu tive que a ir acompanhar à porta. Hoje era o empregado de serviço, por assim dizer. Estava toda a gente em baixo e eu tinha que os pôr a fazer qualquer coisa porque senão quem ia desanimar era eu.

Subi as escadas de novo para ir ter com a Sam, e tudo o que desejava era de poder dormir também um pouco. Este dia estava a demorar milhões de anos a passar e por mais que quisesse que os ponteieos do relógio andassem para a frente, isso era apenas um mero desejo, impossivel de se concretizar.

O quarto estava silêncioso assim que abri a porta. As mantas por cima da cama estavam já a duplicar e não conseguia acreditar que ela estava a lutar contra os demónios que tinha na sua cabeça.

Aproximei-me do seu corpo caido no sono e sentei-me no pequeno espaço que não estava ovcupado. Adorava vê-la dormir.

As minhas mãos começaram a mexer em cada fio de cabelo e ela acabou por abrir os olhos lentamente.

Estava séria e confusa, e eu não conseguia de deixar de estar preocupado.

- Ron...- A sua voz estava cada vez mais fraca.

- Minha princesinha. Como é que te sentes?

- Mal.- tossiu.

- Isso vai passar, acredita em mim.

Ela começou a fazer esforços para se tentar levantar mas o seu corpo permanecia deitado.

- Queres-te sentar?- perguntei.

- Sim.- respondeu.

Peguei nos seus braços fragéis e ajudei-a a sentar-se. Coloquei uma manta por cima dos seus ombros, só para ela não arrefecer.

- Quero voltar para casa..

- Eu sei.

- Levas-me lá?- perguntou.

- Amanhã. Prometo.


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