cap. 67

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Há uma coisa importante que temos de ter em consideração:
No fim de tudo, vamos ficar por nossa conta.

Passado 3 semanas :

Se pensarmos bem, tudo o que queremos que aconteça é inesperado. Se queremos que aconteça não o podemos desejar.

Tudo o que queria neste momento era que a minha vida se composesse. Sentia-me... abandonada.

Três semanas se tinham passado, e eu tinha parado de construir o meu muro, apenas o estava a destruir. O Ron estava ao meu lado, com um par de rosas na mão : as flores preferidas da minha mãe. Aquela caixa de madeira, que eu tentava convencer-me que não era assustadora, tinha-se tornado num objeto enorme que atormentava os meus pesadelos dia e noite. O Ro estava a ser a melhor pessoa possivel. O pai dele foi viajar em trabalho e ele mudou-se para minha casa, durante algumas semanas. Todas as noites tinha pesadelos e ele agarrava-me junto a ele e cantáva-me a minha canção preferida para poder adormecer.

O pai do Ron, não tinha posto os pés no funeral da minha mãe,desde que nos contou toda a verdade e confirmou as palavras da minha mãe, pelo menos que eu saiba.

Havia mesmo um micro-estado, só tinhamos que arranjar um plano para descobrimos a sua localização, e era o que eu planeava fazer com toda a certeza.

Estavam todos comigo. O Ron, o Jacob, a Alex, os seus pais, o meu produtor que apesar de estar chateado comigo, me estava a dar um dos melhores apoios.

Custáva-me contar os dias, tanto do mês como da semana, era como um calendário sem fim.

Aprendi, que cada lágrima que me caia no rosto era uma memória do passado, presente e futuro. Memórias que neste momento custávam a apagar.

Estava na hora. Hora de me despedir de duas pessoas que me ajudaram a construir a minha personalidade e me ensinaram tantas coisas!

Mãe? Sabes que me custa deixar-te ir, mas se eu não fizer isto nunca vou conseguir seguir em frente com a minha vida. O Ron é o homem indicado para mim, desculpa pensares que é um amor imperfeito, mas é assim que ele é: apaixonamo-nos sempre pela pessoa errada, mas isso ajuda-nos a perceber que ela é a tal.

Alex? És e sempre serás a minha melhor amiga. Uma das coisas que aprendi foi a aproveitar cada segundo da minha vida, por isso se a nossa relação não durar hoje, que tal tentarmos todos os dias?
Obrigado por me tornares na pessoa que sou, devo-te tanta coisa! Podes estar longe mas para mim vais sempre estar perto.

Sim. Foram as palavras que sairam da minha boca assim que chegou a hora de me despedir.

- Tenho uma surpresa! - Disse Jacob.

- Ai sim? - a Alex estava a sorrir. Mas era  um sorriso forçado. Ela não se queria ir embora, nem ninguém queria que ela fosse.

- Toma abre. - disse dando-lhe um envelope branco para a mão.

Ela pegou no envelope já meio amachucado.

- Isto é... um bilhete de avião??

- Sim, parece que consegui arranjar um mais barato, para ir de férias durante um tempinho...

- O quê?! - Ela estava confusa e eu devo confessar que também estava.

- Tenho um amigo piloto e ele arranjou-me um vale que durante um ano eu posso viajar gratis para onde quiser, e porque não ir uma semana para a Australia e voltar, e depois vires tu?

- Oh meu deus! Não acredito! Vais-me dar a possibilidade de voltar quando quiser??

- Sim! E ainda me podes levar de vez em quando como bagagem. - O Jacob piscou o olho.

- Adoro-te!

- Eu sei!

O amor estava no ar e enquanto eles se beijavam e nós assistiamos sorrimos um para o outro e abraçámo-nos.

Depois de muitos abraços e despedidas... ela foi-se, mas pelo menos não foi para sempre.

Para sempre é muito tempo.

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