cap.35

103 14 4
                                    

Saber que tudo o que estava a acontecer era realidade e não um pesadelo, fazia-me sentir ainda pior.

Estava neste momento no chão e era lá que queria permanecer até encontrarem a minha Sam, mas sabia que não podia. Se a policia não era suficientemente inteligente para fazer o seu trabalho, eu tinha que agir!

Levantei-me e corri até à entrada da esquadra. Estava uma corrente de ar fresca e eu estava a precisar disto para pensar um bocado.

O meu olhar estava concentrado no céu azul e na forma como rodava. Estava tão concentrado em manter as minhas lágrimas para dentro e ser forte, que nem reparei que me estava alguém a chamar.

Era uma miúda. Tinha uns olhos castanhos e cabelo um bocado despenteado. Nunca a tinha visto na vida, provavelmente por ser um bocado mais nova que nós.

- Podemos falar?- perguntou

- Depende. Quem és tu?

Devo admitir que estava um pouco desconfiado.

-Acredita em mim, sou uma pessoa que vais querer conhecer!

Ela fez uma afirmação tão convincente que quase que quis ir atrás dela. Mas afinal quem é esta miúda? De onde é que me conhece? Será que sabe alguma coisa sobre Sam? Tinha que descobrir!

Ela puxou-me para um canto, onde pudéssemos estar mais à vontade para conversar. A sua cara começou a mudar assim que lhe perguntei o porque de querer falar comigo, e a única coisa que disse foi:

- Eu sei onde está a tua namorada.

-Sabes?!

SAM'S POV

O tempo passáva e eu ganhei algumas forças para me levantar.

Eu tenho noção que a culpa de eu estar aqui é minha, sei que tudo o que se passou não passou de um disparate meu, mas somos humanos cometemos erros, eu só sei de uma coisa eu não quero morrer aqui.

Olhei para a porta de madeira que parecia já estar um pouco velha, pois ouvia um ruido à medida que o vento que entrava por um buraco pequeno na janela batia ali.

Estava trancada. Eu sei que disse que ia esperar até que alguém me encontrasse, mas a verdade é que não consigo ficar aqui mais um segundo que seja.
Dirigo-me a uma mesinha de cabeçeira que se encontra perto do armário e abro uma das duas gavetas, rezando mentalmente para que estivesse ali algo que me ajudasse a sair daquele pequeno inferno.
Nada. Isso mesmo não tinha nada a não ser um pequeno gancho.

Fecho a gaveta desapontada e abro a outra. Fico espantada ao reparar na sorte que tenho, que é apenas nenhuma!
Não tem nada! Levanto-me e olho em volta.
Não faço ideia do que se passou comigo naquele momento, só sei que se acendeu uma especie de luzinha na minha cabeça, e eu sinceramente não podia estar mais agradecida.

O gancho! - pensei.
Às vezes consigo ser mais burra que um camelo!

Abri a gaveta tão rápido que quase que dei cabo da madeira já bastante mal tratada. Não queria saber! Nem um bocadinho.

Acho que o facto de ter estado nos escuteiros quando era pequena,, me ajudou a desenrrascar de situações mais complicadas como esta.

Dirigi-me de novo à porta e coloquei devagar o gancho na fechadura. Estava demasiado cansada até acho que já começara a ouvir coisas!

- Vá lá! ABRE ABRE!! - gritava.

Parei por um instante, pois começei a perceber que o barulho que estava a ouvir com tanta atenção, era nem mais nem menos um telefone!

secret ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora