Estava tudo a acontecer demasiado rápido a luz do sol já tinha entrado milhares de vezes pelas janelas do quarto e eu continuava com o coração em dois. Há quem acredite que a luz solar é o sol que nos está a querer acordar... eu simplesmente acredito que é a minha mãe a tentar dizer-me que vai correr tudo bem, apesar de eu saber que não vai.
Poisei os pés descalços no chão frio. As minhas pernas tremeram um pouco assim que dei valanço ao meu corpo de modo levantar-se. Precisavava urgentemente de ir buscar forças.
Dirigi-me à janela mais perto de mim, e fiquei a admirar a vista. A Shana não estava no quarto, provavelment nem sequer tinha passado cá a noite. Sentia-me inteiramente como uma pedra no fundo do poço, durida, sem sentimentos...
A minha cabeça começava lentamente a latejar, só de pensar nos acontecimentos de ultimamente. Eu devo ter alguém que me odeia lá em cima, algum tipo de anjinho mau que me anda a destruir a vida aos poucos, eu sei que sim.
Sentia-me suja e, por isso fui buscar uma toalha ao armário e fechei-me na casa de banho. Aquela àgua a escaldar por cima do meu corpo era uma das melhores sensações de sempre.
Os tremores iam desaparecendo aos poucos, mas ainda os tinha era como uma sensação, um mau pressentimento...
Vesti-me rápido sequei o cabelo e fiz um coque. Não estava com paciência para fazer penteados elaborados como costumava fazer, só queria um café bem forte, um abraço do meu namorado e voltar para casa.
Enquanto o tempo passava, arrumei tudo o que tinha de arrumar dentro da minha mala. Claro, que agora já não cabia tudo, a mala deve ter encolhido durante este tempo. Encolhe sempre.
Bateram à porta e eu gritei que podia entrar. Era o meu tio.
- Então é mesmo verdade? Vais-te mesmo embora?
Aasenti com a cabeça à medida que ia arrumando todas as minhas coisas, naquela mala que agora aos meus olhos parecia minúscula.
-Queres que te leve?
-Não é preciso, o Ron já se ofereceu... - Tentei esboçar um sorriso mas não estava a conseguir. Ele também estava mal, conseguia ver isso mas também sentia que se ficasse mais um dia qie fosse aqui, ia ser pior para todos.
- Se precisares de alguma coisa, vou estar lá em baixo.
- Tio?
- Sim?
Assim que a sua cabeça se virou, fui a correr e abracei-o. Ele precisava de saber que eu estava do lado dele.
- Sabes que vou estar sempre aqui se precisares, certo?
- Eu sei, e obrigado.- verti uma lágrima.
O Ron entrou nesse preciso momento no quarto. Sei disso, porque conhecia os seus passos quase de cor. Ele não interrompeu, apenas acabou de arrumar as minhas coisas na mala, fechou-a com algum esforço e levou tudo para baixo.
Custáva-me despedir assim desta casa e destas pessoas, sinveramente sempre pensei que iria ficar até ao fim do Verão, mas o que eu pensava que seria o melhor verão da minha vida acabou por ser o pior.
O meu tio emprestou-nos o carro preto que ele tinha. Ao que parece ele ttoda a vida se tentou livrar daquela " máquina velha" e agora parece que tinha conseguido.
-Estás pronta para ir? - O Ron perguntou.
- Estou. -disse.
Entrámos os dois para o carro. Foi a viagem mais longa da minha vida. Eu estava com medo de chegar mas ao mesmo tempo estava ansiosa, e não sabia qual dos dois haveria de pôr em primeiro lugar.
O Ron ainda tentava pôr música para me animar, mas nada resultava.
Uma vez quando era pequena caí e o meu avô disse-me "quem cai levanta-se aempre porque do chão já não vai passar". O meu receio era que o chão se estivesse mesmo a abrir por baixo de mim, e o meu mundo se estivesse a desmornar.
- Não te faz bem estares assim.
- Eu sei.- Rrespondi.
- Sabes que podes sempre contar comigo, certo?- o Ron disse.
- Sei.
- Ron?- chamei.
- Sim?- Ele disse.
- Desculpa, tu não tens que estar a passar por isto se não quiseres, não é uma coisa tua, por isso desculpa...
- Hey! Então? Aquela cena de ir estar sempre aqui, não era a brincar! Eu preocupo-me mesmo contigo, e apesar de achares que não às vezes eu só quero ver-te feliz, e se agora não estás feliz, eu prometo que não vou parar um único segundo de procurar a tua felicidade, mesmo que esteja na outra ponta do universo!
-Obrigada, mesmo. - disse.
O carro estava a ficar com fome, pelo que fomos obrigados a procurar uma bomba de gasolina para abastecer. O Ron saiu do carro para ir pagar, e eu apenas permaneci lá dentro. O meu banco já estava quente e o ar começava a ficar bastante abafado. Um raio de luz entrou pela minha janela assim que a abri, e formou um belo arco-íris na minha mão.
De uma coisa eu sei: não era um simples arco-íris, era um sinal, era a minha mãe.
Dei por mim a verter uma lágrima, ao ver aquilo. Podia estar errada, quanto ao conjunto de luzes coloridas, mas contruiu-me um segundo de felicidade.
O Ron estava a aproximar-se e entrou no carro depois de pôr a gasolina. Ele reparou que eu tinha estado a chorar.
- Hey, então? Não tinhamos combinado que não queria ver mais lágrimas?
- É só que... torna-se cada vez mais dificil acreditar em qualquer coisa.
- E é esse o encanto da vida. - O Ron disse-me, tocando-me na mão.
O arco-íris tinha desaparecido.
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secret ♥
Fiksi Remaja"-Porque acreditar no destino é a unica coisa que me resta..."