Eis que volto a ser aquele solitário com
necessidade ambígua de me defender.
Os jornais entre os braços,
livros, rabiscos, são espadas e são curativos.
Sei das ondas que rebatem sobre os pés...
me desfaço num sorriso pela outra tranqüilidade.
As ondas não batem em meus pés, impossível viajante.
Faço da imaginação, a minha lembrança.
Ter a cidade bidimensional,
reencontrar o prazer na caminhada,
e o olhar tristonho-esmiuçado
de quem passeia na avenida, só.
Pseudo-drama de feriado prolongado,
e por estar assim absorto e livre neste
pensamento de saudade, aceito a tarde triste,
egocentrismo na faixa de pedestre.
Mas, munido de uma filosofia de ultrapassar,
penso no olhar o fim do mar,
o punhado de areia nas mãos,
minha presença como um silfo sentindo a brisa.
Acho que o mar deve estar calmo,
na areia as pegadas não duram muito,
nem as aves ao chão se demoram.
Acho. Muito longe, apenas acho...
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Um Objeto Quando Esquece
PoetryMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...