Depois de uma dose cavalar de café,
durante uma corrida vertiginosa,
onde os seus passos eram leves e seu
rosto intacto, tenso.
Enquanto a endorfina inundava seu corpo,
enquanto trespassava rios de enchentes
como quem caminha acima da água
que por sua vez tomava pistas e autopistas.
Pensou ter encontrado Deus,
e nesse momento através de seus passos
gigantesco-incansáveis, talvez
alcançasse ou ultrapasse o Divino passeando
por sua pista de nuvens, planetas e palácios...
Depois de novos quilômetros que até
então não faziam parte de seu
repertório amador de corrida,
ultrapassou todos os sentidos,
deixou pra trás todos os significados,
quanto mais seu peito tremia,
quanto mais forte era o ataque cardíaco,
mais ao fundo do túnel branco ele atingia,
Imaginando que aquela visão branca fosse as
costas ou a bata de Deus,
acelerou ainda mais,
flutuava e saltitava entre um cosmos e outro,
não saberia se alcançaria ou se
partilharia o cooper eterno ao quão Deus
fazia em torno do infinito,
mas somente correndo descobriria
o caminho até ele...
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Um Objeto Quando Esquece
ŞiirMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...