Perder a calça para o rasgo,
É perder uma matéria para a antimatéria,
É perder algo para o vazio, para coisa alguma.
É o habitar do vazio sobre o físico,
A presença do nada entre a coisa que existe..
Mas se perder as calças é absurdo,
absurdo maior quando o que nos faz perder é coisa nada, a extensão dum vácuo no esticar
das linhas e fibras do jeans.
E se ficar sem calças é estar com coisa pouca,
é por pouco que a nudez por debaixo do rasgo
faz-se presente no vazio do rasgo.
E é na fresta do tecido, na fugaz aparição da carne
que tudo se refaz entre a reta do rasgo e as curvas da carne abaixo do rasgo, pulsando e palpitando...
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Um Objeto Quando Esquece
PoesiaMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...