Longe e ainda no caminho,
próximo, ainda, somente próximo,
não distante de alcançar,
mas distante ao que o tempo
sempre julga.
O não haver um estar-lá,
um nunca-chegar e ter sempre um passo
continuo sem saber se há,
havendo somente a convicção e a teimosia de ser.
Ser o que chega e distancia-se sempre.
Ainda próximo, próximo, AINDA,
num sempre atrasado passo
de dança, nunca de mágica,
num destino decodificado em CEP.
O há-de-ser estando lá, e a suspeita
de quem é por assim estar,
se há ou se é, ser for o que nunca será,
se há o que já houve ou nunca haverá
e mais a frente houver o que ser.
Os passos de longe continuam...
Somente próximos,
os passos durante os segundos dos anos
e nunca os anos dos segundos,
os bens planejados passos.
E a observação das coisas
quando em passos são atravessadas.
Mas se houver onde se estar,
e ser algo que há,
terá valido antes, e tudo... ante
a minha convicção de ser e caminhar.
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Um Objeto Quando Esquece
PoetryMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...