O frio que vem pela janela da sala
contrapõe-se com o despertar de misterioso eimprevisto bem estar.
São os barulhos da janela,
e as contas atrasadas o anúncio da morte caseira,
pronta com temperos da cozinha,
morte que interrompe as conversas de janelas ea alternância de canais na televisão.
Devo tomar a rua, alcançar as praças,
sentar-me aos bancos.
Ouvir o som baixofraco das coisas,
apalpar jornais envelhecendono banheiro.
O caviar apodrece no refrigerador,
espera por outras ocasiões de consumo,intransponível...
À luz da garagem acesa, a casa dorme....
Porcelana, louça, dinheiro,
chaves em locais fáceis.
Pintava-se assim com o brilhar dos cristais no armário
a hipocrisia burguesa de um anoitecer em família.
Sem saber os burgueses dos burgosnem das revoluções,
a enorme televisão ou os vinhos envelhecidosdenotavam a história.
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Um Objeto Quando Esquece
PoetryMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...