Pisando em ovos,
andando lentamente entre fagulhas de granadas.
Evitando qualquer movimento involuntário,
Ou qualquer exclamação que venha após um tropeço.
O som mudo, nulo antes do susto.
Porque há o momento em que qualquer
sílaba que tropece em si mesmo,
Pode tornar-se mais que uma estrofe, um romance.
E agora no vácuo do meu silêncio
moram todas as hipóteses não concretizadas.
E o Não das coisas comporta,
guarda todas as impossibilidades,
Enquanto na laringe e na saliva morrem todas
as possibilidades acidentais.
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Um Objeto Quando Esquece
PoetryMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...