Era uma vez um homem que desistiu de viver...
Não se jogou da ponte, nem tomou veneno ou deu um tiro na têmpora, embora a palavra cicuta lhe agradasse aos ouvidos, lhe fazia lembrar daquele filósofo com nome de jogador, misto de dó e dor faziam com que ele
gostasse ainda mais daquele homem.
Alguém lhe disse que se desistindo de viver se
transformaria em uma pessoa extraordinária, fora da luta bravia e rotineira. Desistir no entanto não era ficar trancafiado numa sala vivendo sobre a cama.
Ele continuava a pagar suas contas, ia ao trabalho, subia escadas, trocava ou comprava novas roupas e lavava a calçada aos finais de semana, tudo o que as outras
pessoas cheias de vida faziam, mas ele... tinha desistido.
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Um Objeto Quando Esquece
PoesiaMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...