Precisava de um aquário para lhe fazer companhia...
Encasquetou. Silencioso e presente o bastante para fazer presença nos momentos alegres, mas solitários enquanto escrevia... Um enorme peixe dourado a lhe observar com dois grandes olhos. Boca e guelras em constantes movimentos, mas pareciam mais súplicas do que qualquer outro gesto de vida.
Sentiu-se tão preso e sufocado quanto aquele peixe, aquela presença agora o incomodava, o motor do filtro e as bolhas de água causavam um barulho
ensurdecedor.
Havia ali dentro daqueles 100 litros um pedido
constante e silencioso de socorro que o ligava quase de forma magnética, escrava aquela visão. A partir dali por trás do vidro num reflexo sem muita exatidão via-se preso outra vez solitário de mãos atadas
sem poder nadar...
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Um Objeto Quando Esquece
PoesieMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...