Eu queria ter todo o tempo do mundo...
TODO o tem-po-do-mun-do...
Para reler essa estrofe até que
Diante dos olhos fatigados e inebriados
Ela se tornasse o poema mais lindo do mundo.
E assim num estágio além de uma enganação,
Impregnar na fala,
Ser aquilo que não ouço, e morar na frase futura,
já armada entre os dentes.
E depois raquítica, com a qualidade fraca daquilo
que foi apenas pré-formulado,
sucumbir em meio à aniquilação dos olhos
que veneram estupidamente.
Ter todo o tempo do mundo.
Do - Mundo...
Para mirar seus olhos e me perder
em todas as mentiras embutidas
em cada desvio do olhar.
Por Todo-o-Tempo...
Mas ter todo o tempo do mundo
para me refazer das mentiras,
Pra refazer as mentiras,
para fazer as verdades que os
olhos nunca construirão.
Ter todo o tempo para dar calma
a minha miopia
e ajustar os fragmentos do que
eu vejo durante todo o tempo
Tendo abaixo dos olhos o mundo,
o tempo todo...
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Um Objeto Quando Esquece
PoésieMantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e...