Quase Andarilho

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Sozinho na casa, a sala.

Luz apagada, copos à frente

e sem saber de quem eram aqueles objetos,

ou como tinham chegado ali.

Às vezes observava um aquário,

me sentia Deus ou um fazendeiro d água.

Durante o silêncio da televisão sentia

a solidão dos outros cômodos.

Sabia do enjôo que me esperava ao

debruçar as janelas, o vento no rosto

e a rua despretensiosa e desconhecida.

Falsamente silenciosa, me chamando

por meios mudos e quietos.

E mesmo se eu saísse à rua e tornasse meus passos os mais rápidos possíveis pra pouco permanecer em algum lugar, ouviria (ainda que de longe),

em um baixo volume, o choro das casas e

quartos, vazios e impraticáveis.

Coberto, forrado, entupido de pensamentos

que me forçavam a andar.

Permanecia no meio-fio,

a cada passo andando sozinho na rua

obtendo uma tamanha serenidade que

só me deixava mais ansioso e inquieto.

Um Objeto Quando EsqueceOnde histórias criam vida. Descubra agora