Capítulo 1

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EMMA

Hoje em dia

Estou batendo a ponta da caneta em minha mesa de trabalho para tentar aliviar o nervosismo. Tenho certeza de que Paul está tramando algo, pois está agitado ultimamente e me evitando o máximo que consegue. Isso é suspeito. Muito suspeito.

O telefone toca e eu sou chamada até o escritório presidencial. Estou certa de que qualquer dúvida que tenho será esclarecida nesse momento.

— Bom dia, Paul — digo assim que entro em seu escritório em passos rápidos, ansiosa para saber do que se trata.

— Muito bom, querida... Muito bom dia. — Ele está radiante.

— Posso saber qual é o motivo de tanta animação? — pergunto, desconfiada. Algo me diz que não é uma coisa boa.

— Sente-se, por favor, minha querida — Paul sugere, igualmente animado, só que ele mesmo se mantém de pé.

— Obrigada. — Sento-me na cadeira, de frente a ele. — Agora pode, por favor, me dizer o que está acontecendo?

Paul me fita por alguns segundos, então se vira de costas, olha a bela vista da cidade de São Paulo que a enorme janela de vidro proporciona e se vira para mim novamente.

— Estou me aposentando, Emma. Está tudo certo. Ethan herdará a empresa na sexta-feira — solta como se estivesse cantarolando uma canção natalina.

Será que ouvi direito? Calma, coração. Deve ter sido o diabinho do mal que sussurrou coisas absurdas e horripilantes ao meu ouvido.

Começo a gargalhar perdidamente enquanto Paul me encara com curiosidade, aguardando, com paciência, o meu retorno.

— É uma piada, certo? — questiono quando finalmente recupero o fôlego.

— Há tempos eu não falo algo tão sério em toda a minha vida — responde com um olhar que confirma a sua seriedade.

— Mas ainda é muito cedo — balbucio com dificuldades. Acabei de tomar um banho de água fria.

Sério, isso não pode acontecer!

— Vou embarcar em grandes férias. Ficarei seis meses viajando pelo mundo, curtindo a minha fortuna. Já estou velho, não preciso mais trabalhar. Quer vir comigo, Emma?

Caio na risada novamente. Estou histérica demais a esta altura. Nunca imaginei que Paul fosse se aposentar tão cedo e que eu teria que conviver com o Ethan tão cedo. Não posso! Isso é um castigo para mim. Mas, ok. Recapitulando a minha vida: isso algum dia aconteceria. No entanto, eu sempre achei que teria tempo para me preparar.

— Suponho que eu posso ficar tranquila. A minha minúscula parte está garantida na empresa — comento, convicta de que realmente estou certa. — Ele não teria como me escrachar daqui.

Desde que conheço o Paul, ele me deixa claro que uma pequena porcentagem das ações será dada a mim. O que será suficiente para eu não precisar me preocupar com minha vida financeira. Eu me sinto filha dele, portanto estou completamente confortável com isso.

— Quanto a isso, Emma, fique tranquila. Os documentos estão todos assinados e em segurança. Quando você completar os seus 27 anos receberá a sua parte — ele explica sem pestanejar, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça.

— Eu não acredito — murmuro, incrédula.

— Você é muito jovem, precisa de mais experiência. E sabe que sou um homem completamente profissional, que não misturo sentimentos. Foi isso que nos fez chegar aonde estamos — explica-se, um pouco desconcertado desta vez.

A ARMADILHA DO CEO - De repente, casadaOnde histórias criam vida. Descubra agora