Capítulo 13

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CASSANDRA

Eu conheço o meu menino. Tenho certeza de que alguma coisa não está bem. Por que ele foi inventar de se casar com aquela moça que ele tanto odiava, e em tão pouco tempo?

Hoje mesmo vou descobrir o que está acontecendo.

— Celeste, já está boa essa mesa. Chega de enfeitá-la. — A mocinha me olha meio nervosa. — Calma, garota. Vá chamar o Ethan e a esposa dele. Fale que o café está pronto e que é para eles virem tomar.

Ela sai apressada corredor à frente e desaparece.

Celeste tem 19 anos. Faz três anos que Rômulo a trouxe para cá depois que a encontrou perdida pelas estradas. Enfim... A moça demora a confiar nas pessoas, não fala muito e não sai daqui, da fazenda, por nada.

***

EMMA

Ethan me guia, segurando minhas mãos, pelo corredor por onde Celeste veio. Meu coração está a mil por hora. Será que essa Cassandra era a tão falada babá do Ethan na infância, que ele tem como segunda mãe? Aquela de quem Paul conta histórias sobre como ela é especial e que seu filho a adora? Será que Ethan vai mentir para ela também?

Não está sendo fácil para mim ter que fazer o que estou fazendo. É muito cansativo sorrir quando, na verdade, quero chorar, e chama-lo de amor quando, na verdade, quero dizer "encapetado", "diabo", "psicopata" e "seu demônio". Porque uma pessoa que faz o que ele fez comigo, com certeza deu a alma para o bicho e já não tem coração. E o pior de tudo é: por que ele tem que ser tão lindo?

Ethan para de repente, quase me fazendo tropeçar. Nós estamos no corredor e Celeste está logo atrás de nós. Ela para, assustada também, e olha para Ethan desconfiada.

Nossa! Que garota assustada.

Não se preocupe, querida. O Ethan é aquele tipo de cão que não morde realmente, só fica latindo e babando nas coisas, atrapalhando a vida da gente.

***

ETHAN

— Vamos tomar café, amor? — Emma me convida com um sorriso falso na cara.

Pego nas mãos dela e a puxo corredor adentro. Dou uma olhada de canto nela e percebo que ela está carrancuda. Se continuar assim justo agora, isso vai ser um problema para o plano dela mesma.

Paro abruptamente e a faço parar também, visto que estou segurando suas mãos. Com um rápido olhar, percebo o desespero de Celeste, que está logo atrás de nós. Merda! Não tenho outra escolha senão provar para a moça que está tudo bem.

Fico de frente para a Emma. Os olhos dela estão indo de mim para Celeste e de Celeste para mim. Acho que ela percebeu que a garota se assustou com a minha parada brusca.

— Emma... — digo, constrangido; não por Emma, e sim por Celeste. — Você vai adorar a Cass. Ela é especial.

Ela ergue as sobrancelhas e logo entende o porquê de eu ter falado isso de repente.

— Eu sei, Ethan. Quero dizer, amor. — Olha diretamente nos meus olhos. — Você já me falou muito dela. Espero que ela goste de mim.

Estamos muito próximos. Dá para eu ouvir a sua respiração tão acelerada quanto a minha. Perco o controle das minhas ações, e quando percebo estou com as mãos na cintura dela, prensando-a na parede. Espero que ela esteja sentindo a minha vontade. Não me importo se a moça Celeste está olhando, e no segundo em que o meu fígado gela com a expectativa de um beijo, ouço a Cass.

— Santo Deus! Nem para um café podem dar uma pausa?

Merda!

Eu não me mexo e sorrio para a Emma, que está com um semblante esquisito. Viro-me lentamente para a Cass.

A ARMADILHA DO CEO - De repente, casadaOnde histórias criam vida. Descubra agora