A ARMADILHA DO CEO - De repente, casada

Capítulo 43

ETHAN

— Deu tudo certo, cara. Agora ela vai vir te pedir perdão e tudo vai voltar a ser como era antes — Rômulo poetiza vindo atrás de mim.

Viro-me para ele, quase o fazendo tropeçar.

— Eu não queria isso. Acho que deixei bem claro que ela deveria ter confiado em mim. Agora, por favor, pare de ficar me seguindo. — Volto para o meu caminho.

— Foi para isso que deixei minha responsabilidade lá na fábrica? Apenas para você provar a sua palavra? Porque eu, sinceramente, esperava que vocês fossem voltar como o casal apaixonado que eram. Agora, vai ficar magoadinho por ela ter precisado ver o vídeo para acreditar em você? Só não se esqueça de que a vida toda você a magoou, então ela não tinha muitos motivos para duvidar das fotos. Será que isso já não basta para você? Porque eu já estou cheio de você todo irritado, tentando se fazer de fortão.

A esta altura, já estou bem perto dele, pois parei para ouvir cada palavra.

— Eu não estou magoadinho! — quase grito.

Ele ia me dizer alguma coisa, mas desistiu. Rômulo se vira para trás e se vai.

E não é como se ela estivesse desesperada atrás de mim para implorar perdão.

***

EMMA

— Eu não acredito nisso. — Desabo a chorar novamente, sozinha, observando as águas.

Dói muito mais do que antes, porque sei que eu mesma provoquei tudo isso apenas por não ter a capacidade de confiar nele. Eu não duvidei nem por um segundo. Eu tinha total certeza de que ele havia me enganado.

Mereço o Oscar de mulher mais burra do mundo.

— Ei. — Ouço Sérgio falar comigo.

Acho que ele se sente como eu, pensando que deveria ter confiado em mim. Mas ele não me deve nada. Eu não o amo, e ele sabe. Então, o que quer comigo?

— Oi, Sérgio. — digo apenas.

— Não vai atrás dele? Ele não fez nada de errado, como você pensava. — Com as mãos nos bolsos da calça jeans, ele joga o cabelo para o lado devido ao vento.

Eu o encaro, tentando descobrir por que não me apaixonei por ele. Tão lindo. Parece com o Caio Castro.

— É o que eu deveria fazer. — Sorrio fraco.

— É o que eu estou fazendo: vindo pedir desculpa. Eu pensei que você tivesse feito de propósito, mas tudo bem. Sei que o ama e que nunca me amou. A culpa não é sua. Amigos? — Estende-me sua mão.

— Obrigada. — Eu a aperto.

Sérgio está diferente. Talvez essa experiência o tenha transformado. Só não consigo saber se para o bem ou para o mal.

Assim que ele vira as costas, eu me posiciono para ir em direção ao Ethan. Eu deveria ter feito isso naquele mesmo instante, mas precisava refletir meus pensamentos. E já refleti.

***

ETHAN

Já em meu abrigo, eu tiro a camisa social azul que estava usando. Ela estava me sufocando.

Ainda não entrou na minha cabeça tudo que aconteceu desde que eu assumi as corporações Real: odiei, casei, amei, separei, corri atrás... E aqui estou eu, sem esperanças de uma vida normal e feliz com ela.

Coloco as mãos em cima da janela e observo as águas.

Alguém bate na porta e meu coração espera que seja ela. Por que ela está demorando tanto? Será que se acostumou a ficar sem mim? Será que o cara que ela beijou ontem me tirou da cabeça dela?