Capítulo 18

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EMMA

Acordo e olho no relógio. 09h00min da manhã. Será que me levanto? Não posso continuar aqui, neste quarto. Tenho que viver a merda que virou a minha vida.

Falsidade. Ódio. Mentiras. Ethan. E mais ódio ainda.

Tomo um banho.

Droga! Estou sem roupas. Lá vou eu usar roupas inadequadas e parecer uma retardada. Será que aquele imbecil não pensou nisso? Por falar em imbecil, eu tenho que mudar minha tática de vingança. Seduzi-lo não funcionou, apenas se virou contra mim. O que faço? Será que devo fazer algo?

Que vergonha saber que estive numa cama com aquele monstro. Mais vergonha ainda é saber que gostei. E muito mais vergonha é saber que eu faria isso de novo.

Visto uma saia-lápis marrom, uma blusinha de véu preta e calço meus tamancos pretos horríveis. Hoje mesmo vou comprar roupas, não quero nem saber.

Saio do quarto decidida a encontrar o idiota metido a dono das pessoas e escuto vozes na sala.

— Boa viagem, Rômulo. Nós nos vemos em São Paulo, então, ok? — Ethan o abraça.

— Obrigado mesmo, cara, por nos dar esperanças novamente.

— Já te falei que não estou fazendo nada que eu não deva e que vocês não mereçam.

É uma despedida. Melhor eu não atrapalhar. Considerando que eu nem os conheço direito, não vou fazer falta mesmo.

— Vá com Deus, meu filho. E ande na linha por lá, hein? — Cassandra o abraça e ele a beija na bochecha.

— Vamos, então? — Daniel o chama junto com outra moça que eu ainda não tinha visto.

— Quer vir, Celeste? — a moça a chama.

— Não, Pérola. Podem ir. Até mais, Rômulo. Se cuida.

***

CELESTE

Se eu estava confiante e forte há algumas horas, já não estou mais.

Não vá, Rômulo. Você é o meu protetor, meu herói. Não pode me deixar — meu coração grita numa voz silenciosa que só eu escuto.

— Quer vir, Celeste? — Pérola me chama.

— Não, Pérola. Podem ir. Até mais, Rômulo. Se cuida.

— Você também.

Então eles se vão pela porta e eu fico aqui, paralisada e sozinha. Não sozinha literalmente, porque tem mais pessoas presentes, mas sozinha porque estou me sentindo assim.

***

ETHAN

Por que será que eu tive aquele pesadelo nessa madrugada? Será que no meu subconsciente, eu acredito que devo me rastejar aos pés de Emma? Eu sinto aqui, dentro de mim, uma vontade de que tudo isso passe, de que ela não me odeie, de que ela me ame.

Hoje, enquanto eu cavalgava, tive uma ideia: vou fazê-la se apaixonar por mim. Vou usar todos os meus dotes masculinos para isso. Que ela me acha atraente, é fato, considerando que dormimos juntos. Ela sente algo por mim. Mas o quê? Será que gosta de mim?

Preciso descobrir. Eu vou descobrir.

— Ethan, preciso falar com você — Emma me interrompe com um olhar frio que congela minhas espinhas.

— Sente-se aqui no sofá comigo. Diz o que você quer. — Sorrio para ela e me levanto, apontando para o sofá.

— É rápido. Preciso de roupas. Pretendo conhecer melhor a fazenda, e não vou desfilar por aí com isso. — Aponta para as suas vestes.

A ARMADILHA DO CEO - De repente, casadaOnde histórias criam vida. Descubra agora