Capítulo 21

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ETHAN

— Estou dizendo que eu realmente precisava, Rômulo. Não temos nada para discutir. Na próxima semana, o senhor Henrique se aposenta e você assume o cargo dele. Simples assim.

— Eu apenas não quero ser melhor do que ninguém. Me sinto como se você estivesse me tirando do primeiro degrau da escada e me pondo em um elevador.

— Não quero mais falar sobre isso, Rômulo. Você tem total capacidade pra dirigir essa empresa. Eu não posso me dedicar a ela no momento. Na verdade, nunca poderei.

— Ok, então. É que me coloco no lugar dos funcionários antigos. Eles esperam que algum deles seja posto no lugar do senhor Henrique.

— Esse assunto está me cansando. Falamos, falamos e voltamos ao mesmo ponto. Qual é o lance? Amarelou? É alguma mulher daqui? Porque se for, aí sim que você tem que seguir em frente para poder recuperar seu patrimônio, meu amigo.

Ele não me engana; está se sentindo sozinho lá, eu tenho certeza. Até entendo, pois quando meus pais se separaram, eu me senti assim, e quando saí da casa da minha mãe também. Só que neste mundo temos que agarrar as oportunidades sem olhar para trás. Eu disse ao Rômulo para ele parar de encontrar problemas e não afrouxar. Espero que ele fique firme lá, em São Paulo. Desejo, de coração, ajudá-lo.

Pensando em minha própria vida, tenho motivos para ainda me sentir sozinho? O destino normal de todas as pessoas é se casar e ter filhos. Será que algum dia serei pai de uma família? Se eu perguntasse para alguns de meus amigos, tenho certeza de que eles duvidariam. Eles devem estar loucos uma hora desta, perguntando-se que merda foi essa que eu fiz e como fui me casar com a pessoa que eu blá, blá, blá, blá. Não gosto nem de me lembrar do estúpido que fui por mais de 15 anos com Emma.

Meu peito se aflige e eu sinto uma vontade de compensá-la, porém tenho que ir com calma. Ela não tem tanta mágoa de mim como pensei de início, é uma pessoa boa e, pelo visto, gosta do meu verdadeiro eu.

Sorrio ao me lembrar do nosso passeio de mais cedo.

***

EMMA

Desde que Paul ligou para mim, estou aflita e com um nó no peito. Por que essa situação teve que acontecer? Entristeço-me ao saber que um dia, em breve, terei que anunciar nossa separação a ele.

— Droga, Ethan! — resmungo, levantando-me da cama.

— Me desculpe, ok? — ele responde assim que entra no quarto.

Eu não queria que ele ouvisse, até porque não sou infantil e já topamos dar uma trégua.

Sorrio para ele, que se senta na cama e me chama. Ele quer conversar, no entanto, eu não quero. Apenas sorrio de novo e escapo pela porta. Quero conhecer melhor a Cass. Procuro-a pela casa.

— Oi, minha flor. Quer me dar uma mãozinha aqui, na janta?

Eu a encontrei na cozinha. Ela abriu um sorriso ao me ver.

— Amo cozinhar. — Sorrio, reforçando a afirmativa.

Nós começamos a conversar e a preparar o jantar. Está muito bom este momento. Eu imagino que se minha mãe estivesse viva, eu a ajudaria na cozinha. E me sinto feliz.

— Tenha paciência com o Ethan — ela me diz enquanto mexe o molho de tomate.

Estreito os olhos, tentando imaginar o porquê de ela me dizer isso.

— Ethan é ótimo. Afinal, ainda somos recém-casados, não é?

Cassandra larga o molho e se vira para mim.

A ARMADILHA DO CEO - De repente, casadaOnde histórias criam vida. Descubra agora