Capítulo 33

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RÔMULO

— Eu te encontrei por acaso, gato. Juro — Paty responde a minha pergunta, muito nervosa.

Eu a encaro com os olhos juntos. Se foi apenas coincidência, por que ela está assim, toda aflita?

— Então, por que está tão esquisita? Parece que você está mentindo para mim. E eu te garanto que se o caso é não querer perder a minha amizade, é melhor que comece a dizer a verdade. — Levanto-me da mesa e me viro para sair.

— Espere! — ela grita e eu volto no mesmo instante.

— Tem alguma coisa útil para me dizer? — Cruzo os braços.

Ela olha para os dois lados a fim de se certificar de que não tem ninguém aqui para a ouvir.

— Sim. — Desvia o olhar de mim.

— Então diga, Paty — peço, já sem paciência. Estou há muito tempo insistindo.

— Vou lhe dizer tudo que me inclui. Depois disso seria invenção.

O testemunho dela será de grande utilidade para explicar à Emma o que, de fato, aconteceu, e assim acalmar o traste do Ethan, que só faz besteiras. Ele me contou toda a história dos dois, e o que ele fez me deixou puto da vida.

***

EMMA

— Eu apenas quero dizer que sinto muito, Emminha. Nunca te desejei isso. Mas lhe asseguro de que o Ethan planejou muito mais alto do que apenas uma decepção amorosa para você. Eu te aconselho a deixar a cidade. Aproveite que ele ficará por um bom tempo impossibilitado de ir atrás de você e vá para o mais longe possível dele.

Estou encarando Suzane com a boca quase tocando meus pés. Como essa mulher teve a audácia de vir até a casa do Paul? E como ela sabia que eu estava aqui?

— Eu não tenho medo do Ethan, e a gente já se resolveu. Pode, por favor, sair da minha casa? — peço civilizadamente.

— Saiba que essa casa já foi minha. E nem preciso dizer quem a tomou. Mas o aviso foi dado e estou me retirando. Adeus, Emminha. Espero que encontre um lugar bem escondido para viver em paz. — Gira para sair.

— Sua jararaca! Quer apressar os passos?

Ela arregala os olhos em minha direção e está prestes a dizer alguma coisa.

— Está tudo bem, senhorita Emma? — Steven pergunta. — Eu ouvi a senhora pedir para que a dona Suzane vá embora? — Olha para a Suzane.

— Acompanhe essa mulher até a saída, Steven — peço, furiosa.

— Por quê? Eu só lhe fiz o bem ao vir lhe avisar. E é assim que me trata? Espero que Ethan acabe com você, sua mal-agradecida! — Ela me fuzila com o olhar.

— Por favor, me acompanhe. — Steven a segura pelos braços.

— Me solte, incompetente! Se esqueceu de quem realmente deveria estar lhe dando ordens?

Steven a solta e ela caminha até a saída.

Essa mulher pensa que me engana? Eu sei muito bem que ela quis me dizer tudo que sabia. Suzane tentou fazer parecer que disse sem querer, no entanto, não sou idiota. Ela é tão falsa quanto o filho. Que ódio dessa cobra.

Fico feliz pelo meu casamento com Ethan não ser de verdade. Assim, não terei uma sogra dessa. Isso sim é uma bruxa. Que raiva.

Por pensar em Ethan, estou até vendo-o dizer ao Paul que a culpa da nossa separação é toda minha. Como sempre, vai jogar a culpa das maldades dele em mim.

A ARMADILHA DO CEO - De repente, casadaOnde histórias criam vida. Descubra agora