capítulo 2

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Abro os olhos lentamente, e imediatamente uma dor de cabeça me atinge com força total.

O lugar está iluminado, até demais!

Espera, onde estou?

Abro os olhos completamente, assustada, e me deparo com um homem sentado à minha frente. Ele é robusto e musculoso, sua blusa cinza destaca seus músculos, seus olhos são de um verde escuro intenso, e seus cabelos muito lisos caem sobre sua testa. Olho ao redor e percebo outros homens e duas mulheres, todos encostados na parede com os braços cruzados.

Começo a entrar em desespero e me levanto da cadeira, pronta para correr, ou pelo menos tentar. Estou presa? Que droga é essa?

Eu estou presa?

Mais que droga é essa?

Me balanço freneticamente, mas não consigo me soltar.

— Sabia que faria algo assim! — o homem à minha frente se pronuncia. — Pessoal, podem se retirar — ele faz um sinal com as mãos, e todos deixam o local. Uma mulher me encara com ódio ao passar.

Encaro o homem à minha frente com raiva e desgosto, cerro meus olhos e franzo a testa.

— O que quer comigo? — Pergunto. Ele ri divertido.

— Estressada? — ele arqueia as sobrancelhas. — Te aconselho a ficar calminha — ele se aproxima mais e eu me encolho.

— Quem é você? — Pergunto olhando nos fundos de seus olhos.

— Não te interessa — Ele sorri.

Minha raiva cresce, e tento partir para cima dele, mas, sem sucesso, a cadeira só vai para frente, quase me fazendo colidir com ele.

O homem foi mais rápido e segurou na parte de trás da cadeira, me fazendo ficar inclinada para ele.

— Se acha que é esperta, eu sou mais. Pare de teimar, porque daqui - ele fala frio – você não vai sair sem que eu consiga o que eu quero.

— E o que você quer, seu infeliz? — Grito, cuspindo as palavras.

— O pen drive que está com seu irmão — ele diz próximo à minha boca.

Arregalo os olhos. Droga, eu sabia que isso nos traria problemas.

— Que pen drive? — acabei gaguejando. Droga.

— Aquele misteriosamente que caiu do céu nas mãos de seu irmão — ele diz com ironia.

— Não sei do que está falando — tento falar firme, com mais sucesso desta vez.

Ele me encara, seu olhar me analisa, explorando cada centímetro do meu rosto. Vejo seus olhos passarem pelos meus, procurando algo neles. Observa minhas bochechas, nariz e boca, e por um instante, parece se perder ali.

— Te levarão para um quarto! — ele coloca a cadeira no lugar, se levanta rapidamente e caminha até a porta, abrindo-a. Outro homem entra e para ao meu lado, de pé. — Leve-a para o quarto, amanhã esclarecemos tudo para ela. — o homem assente e começa a desamarrar as cordas que me prendiam àquela cadeira maldita.

O homem que tentou me interrogar me analisa silenciosamente, sempre à procura de algo. O outro, que acabou de me soltar, pega meu braço delicadamente, me levantando.

— Não toque em mim — Grito, já com lágrimas ameaçando cair. O homem apenas solta meu braço, mas permanece ao meu lado.

— Cuide dela, TT — o homem que me observava pede. — Você será o encarregado de cuidar do selvagem aqui.

TT? Que nome é esse? 

— Sim, CK. — Então o nome do cara ali é CK? Muito bom saber. TT estende a mão, indicando que devo ir à frente.

— Nem pense em correr, senhorita Tectrix — CK diz sarcasticamente.

— Por que não vai catar coquinhos? — Me viro, o encarando. Espera, como ele sabe meu nome?

— Porque sei catar coisas melhores! — Ele sorri de lado.

— Então o faça e me deixe em paz.

— TT, a leve antes que eu perca a paciência com essa criatura malcriada — Ele diz irritado.

— Sim, senhor — TT diz, me confundindo. — Um grande erro seu desafiar  CK — TT diz ao meu lado.

— Um grande erro seu trabalhar em uma gangue de pessoas ruins.

— Não somos pessoas ruins — ele gargalha com vontade. — Muito pelo contrário. — Ele para em frente a uma porta branca.

— Ah - rio sem humor – não me diga que são pessoas boas.

— Também não somos bons — o encaro confusa, e ele sorri abertamente.

Ele é muito bonito, seus olhos são pretos e seus cabelos são ruivos. Ele abre a porta para mim e faz uma reverência, pedindo que eu entre.

— Este será seu quarto enquanto estiver aqui. — Ele sorri maliciosamente.

— Tudo bem - olho ao redor; o quarto é branco com móveis pretos, bem aconchegantes.

Me sento na cama, e ele se senta ao meu lado, fazendo-me encará-lo.

— Você vai se acostumar — ele fala me encarando.

— Nunca — digo sem humor.

— Como faço para ganhar sua confiança? Podemos ser amigos! — propõe.

— Ah — Não consigo acreditar – quer ganhar minha confiança? — pergunto, e ele assente – me tire desse lugar, e serei eternamente grata.

— Não — ele dá risada – não sairá daqui até conseguirmos o que queremos, e te aconselho a se acostumar — ele se levanta e suspira – porque vai ser difícil. Então, eu te aconselho a ser minha amiga — pisca.

— Não faço amizades fácil — falo desafiando-o.

— Amo um desafio. — Ele entra na brincadeira.

— Então que vença o melhor — Debocho.

— Apostado! — ele se levanta. — Agora preciso ir, senhorita Tectrix.

— Espera, é... TT — o chamo o fazendo virar para mim. — Quem são vocês? — pergunto com medo.

— Somos os hackers! — ele sorri orgulhoso e sai, deixando-me perplexa.

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