Capítulo 19

3.3K 371 120
                                    





— Aí sua imprestável — Ele resmunga.

Graças ao bondoso Deus, A bala não entrou foi só de raspão

— A imprestável aqui está cuidando de você! — Digo brava.

— Eu não pedi nada! — Bato em sua barriga. — HÁ...

— Ingrato eu salvei sua vida — Soltei indignada.

— Não...

— Cala a boca! — Coloquei minha mão em seus lábios.

O mesmo cerrou os olhos para mim e eu sorri como uma criança.

— Credo que nojo — Limpei minha mão agora babada, ele havia passado a língua nela.

— Eu já citei o quanto você é chata? — Ele pergunta e logo em seguida faz uma careta.

— Chata, insuportável, ridícula, imprestável.... Já sim. — Digo revirando os olhos. — Como será que estão os outros? ­— pergunto preocupada.

CK parece estar com o olhar perdido em algum lugar dessa floresta, com a expressão perdida e confusa ele se aproxima de mim e me puxa para mais perto.

— Eu não sei — Ele suspira.

O fato de estarmos abraçados em cima de uma arvore alta, e com medo de a qualquer momento sermos pegos, me assusta. Seu abraço me pegou de surpresa, CK não parece do tipo que abraça e sim que é abraçado, ele passa uma das mãos em meus cabelos, que estão em minhas costas e com a outra me para mais perto, me inclino mais em sua direção, o fato de estar entre  suas pernas é desconfortante, mas meus peitos estão grudados nos seus, e em minhas costas suas caricias.

— Não quero pensar em perder mais ninguém — Ele diz mais para si mesmo — Ainda bem que está comigo! — Ele diz por fim me apertando mais contra si.

Acabei dormindo em seus braços mesmo, eu estava tão cansada e exausta com toda a situação, mas o que me intriga é o fato de Wendi ter nos descobertos, como? Ou quem falou?

— Hadassa? — CK me cutuca me fazendo despertar sonolenta e resmungar um "hum" para ele. — Está escutando? — Pergunta me fazendo despertar rapidamente e me atentar aos sons de passos.

— São passo! — Afirmo recebendo de CK uma expressão de " Eu sei sua tonta"

— Estão próximos! — Dito isso ele se inclina um pouco para baixo me deixando desesperada, ele vai cair, mas antes ele volta a se sentar. — São militares! Fique em silencio.

Aceno com a cabeça e o encaro CK está com olheiras e com o cabelo bagunçado, se ele está assim, não quero nem imaginar com eu deva estar.

Os homens passam por nós atentos, vemos de cima os movimentos cautelosos deles, Olhando para todos os olhos menos para cima, agradeço a Deus por isso, eles passam por nós, mas permanecemos calados, não sabemos onde eles possam estar.

Estamos a uma hora quietos, pensando no que fazer agora.

— Vamos descer e procurar algo para comer, depois vamos rumo ao leste.

— Está louco? Quer morrer? Eu não quero?

— Morreremos se permanecermos aqui Hadassa!

— Deve haver outra situação — Uma onda de desespero me invade.

— Não há. — CK diz se acomodando para descer.

— Vamos esperar amanhecer pelo menos Ck — Tento dialogar, pois esta escurecendo.

— Não! De noite ninguém virá atrás de nós — Ele por fim desce da arvore, pulando de uma parte da arvore para o chão. — Sua vez eu te seguro.

— Seu braço — o Lembro — Eu desço sozinha! — Digo descendo com dificuldade.

— Tem certeza que não quer ajuda? — Ck diz debochadamente me fazendo bufar.

— Cala a boca, eu consigo — dito isso pulo para o chão e caio em pé — Viu? — Olhei para o mesmo parecendo uma criança quando consegue fazer o que queria.

Saímos rumo ao leste, naquela floresta escura e sombria, eu já comentei que tenho medo de escuro? Pois bem... eu tenho, sempre durmo com uma luz fraca em meu quarto, não é medo de ver espirito, fantasmas ou bichos eu só... não gosto, tenho medo de ficar cega, eu sei é patético, mas é....

Tropeço em um galho e vou em direção ao chão.

— Droga! — Digo me levantando, batendo em minhas pernas agora cheias de folhas — Pare de rir — Digo brava.

— Desculpa é só que...

Arregalo os olhos e corro na direção de CK calando sua boca, o mesmo se assusta mas entende.

— Eles devem estar por aqui, não devem estar longe — A voz é de uma mulher

CK e eu trocamos olhares, é eu entendi, ele olhou para nossa esquerda de onde vem a voz e então pensamos rápido, indo cada um para detrás de uma arvore, a mulher mais três homens passam por nós e seguem em frente. Suspiro aliviada e saio de lá indo de encontro com CK, o encontro agachado encostado na arvore, com uma das mãos no braço ferido que agora sangra.

— CK — Olho para o mesmo assustada — Está sangrando.

— E eu não vi sua tonta.

— Eu... eu vou... — Ando de um lado para o outro.

— Vamos continuar — Ele diz se levantando.

— Não de jeito nenhum, olhe seu estado.

— Pouco importa meu estado — Ele segura meu braço com o braço bom — Eu só quero salva-la, tira-la daqui você não entende? — Ele diz frustrado.

— Não eu não entendo, eu não preciso ser salva — Me aproximo do mesmo — Não se for para você morrer! — Encaro seus olhos verdes profundamente.

— Você se importa? — Ele desvia o olhar.

— Somos uma família lembra?

Sorrimos um para o outro e eu o abracei.

— Você é insuportável... mas eu gosto de você — Sussurro em seu ouvido.

Ele só me aperta mais e beija minha testa depois de separados.

— Vamos achar uma arvore.

— CK tem várias aqui se não percebeu.

— HUM. — Ele me ignora e olha e volta — Aquela!

Seguimos para uma arvora também alta.

— Sobe primeiro e depois me ajuda — CK pede e eu obedeço.

Quando já estávamos acomodados, CK apoiado na arvore e eu entre suas pernas, tiro o curativo que eu havia feito antes da nossa discussão boba, e vejo que ele perde muito sangue.

— Sabe... — CK começa e eu o encaro, mas logo desvio rasgando um pedaço de minha blusa preta para limpar o sangue. — Quando resolvi me virar contra o governo... eu sabia o perigo que eu estava correndo, sabia que nunca mais eu teria a mesma vida, e que eu não seria mais o Vecthor que eu era. — Vejo que CK admira as estrelas — Eu tinha uma vida boa.... Uma boa casa, bom emprego, bons amigos e era loucamente apaixonado pela minha noiva — Paro para encara-lo e o mesmo me olha impassível. — Eu tinha tudo, e por causa dela, eu virei o que sou hoje — Paro de limpar o sangue e o encaro confusa — ela é filha o presidente, Lila Normy, é a causadora disso tudo!

Ele diz por fim e se cala.

Agora a história começa a se desenrolar de fato! agora ela começa a ficar boa ( eu acho)

Os HackersOnde histórias criam vida. Descubra agora