Capítulo 14

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Entorto a cabeça ainda olhando para CK, que até agora não me dirigiu um olhar sequer

- Há sim, não estávamos sendo justos um com o outro, eu amo outro, ele ama outra... - Agora CK me encara - Somos bons amigos agora - Apoiei a cabeça no cotovelo que estava apoiado na mesa, e olhei para CK, que me olhava vidrado, Wendi porém nos encarava indignado.

- Quem seria o sortudo? - Wendi agora recuperado pergunta irônico.

- Não é da sua conta, agora... se nos der sua majestosa licença - Falei sarcasticamente

Encarei minha maravilhosa comida, dando mais uma garfada, eu não acredito que ele fez isso comigo!

- A propósito, eu ainda não sei seu nome - Wendi pergunta.

- Você ainda está aqui? - pergunto irritada.

- Só quero saber o nome dele - Wendi finge estar ofendido.

- Me chamo, Bryen - CK responde tedioso.

- Foi um prazer - Wendi acena com a cabeça e sai, me fazendo bufar.

- Hadassa... - CK diz

- Bryen, é um nome ridículo - Digo me levantando, ou melhor, tentando me levantar - Ai, droga - Resmungo baixinho.

- Hadassa, você é patética. - CK Diz se levantando.

- Você é prepotente, agora me ajuda! - Falo, e me viro, lançando um olhar matador em sua direção.

- Está bem. - Levanta as mãos em sinal de rendição, e o homem ainda ri.

Ele apoia meus braços em seu ombro.

- Ai, ai - Fecho meus olhos com força.

- Mais que droga C... Bryen - Me corrijo. Ele arregala os olhos - Você é o dobro da minha altura seu incompetente.

- Hadassa... - CK suspira alto - Fique quietinha meu amor, você é muito mais agradável - ele diz colocando uma de suas mãos em minha cintura.

- Há homem, aí dói - Esbravejo baixinho, forçando um sorriso para quem nos olhava curioso.

- Mais que droga - CK diz bravo.

Quando vou olhar para ele, o mesmo se abaixa, vou lhe dar uma ajoelhada, só para ele aprender a falar direito comigo, mas ele me surpreende me pegando no colo. Dou um gritinho de susto, e começo a rir acompanhada dele, as pessoas em volta riem junto, e outros murmuram baixo uns "que lindinhos", "essa é sortuda", coro imediatamente.

CK ainda está rindo, saímos do refeitório nos deparando com o ar morno da noite, a lua está cheia iluminando as pedras que indicam os caminhos do local, fazendo aquele barulhinho das pedras se chocando as outras.

CK para bruscamente, me fazendo encara-lo.

- Hadassa... me desculpe. - Ele pede se referindo ao episódio de minutos atrás.

- Não namorávamos de verdade - O encarei, procurando em seus olhos o arrependimento, nada.

- Eu sei...

- Também concordo que antes de inventar essa história - Suspirei alto - Ridícula, você tinha que ter lembrado que tinha uma namorada - sorri sínica.

- Hadassa...

- CK vamos, que eu preciso dormir.

Mentira

Ele assente e volta a caminhar, aperto-me mais a ele sentindo seu cheiro que é uma mistura de suor e sabonete de jasmim, uma mistura um pouco nojenta. Sorrio com meu pensamento, definitivamente é uma mistura estranha. Percebo que ele para, estamos em frente a porta, ele a abre com facilidade e adentramos o local, CK empurra a porta com o pé indo em direção a minha cama, percebo que todos os olhares estão sobre nós, CK me deposita na cama delicadamente.

- Entregue! - Ele diz e logo se afasta indo em direção ao banheiro.

- Obrigada - Sussurro quando ele já está lá dentro.

Suspiro alto e ajeito o travesseiro nas minhas costas, o afofando para sentar. Percebo que ainda me olham, TOR, DW, PM, TT e LN estão agora me observando.

- Está melhor? - TOR pergunta

- Eu acho que sim - Sorrio para ela.

- Hadassa... - DW começa - Algo aconteceu? CK parece muito irritado. - Diz e no final faz uma careta.

- Nada de mais - Revirei os olhos - Só brigamos como sempre - Me deito - Boa noite a todos.

Passaram-se três dias, TOR cuidou de meus ferimentos, estão roxos ainda, porém, meu corpo já reage bem melhor aos toques, no dia seguinte quando acordei, tivemos que ir ao campus de tiro ao alvo, o que eu achei o mais tedioso, pois cada grupo tinha que esperar o que estava atirando acabar, houve uma situação em que o homem, não estava conseguindo acertar nem o alvo mais perto, foi o grupo mais demorado, o nosso foi o último, tendo em conta que fui excelente, errando apenas quatro vezes o alvo mais distante, LN não errou uma sequer, e sempre acertava o meio, os demais com exceção de DW e PM acertaram próxima a bolinha vermelhas. Amanhã será a luta final, estou com os nervos à flor da pele, não será como o tiro ao alvo, ou a corrida com obstáculos, incrivelmente inusitados, como: Carros de ponta cabeça, motos espalhadas, cacos de vidro, pessoas caídas no meio daquele campo; não, por que não nos agredíamos ali, muito pelo contrário, nos ajudávamos, o que me faz pensar que amanhã será cada grupo entre si.

- Hadassa, pelo amor de Deus - CK diz passando a mão pelo cabelo em sinal de nervosismo.

- CK, o que você acha da blusa rosa - Perguntei colocando a cabeça e a blusinha em minha mão para o lado de fora. Só estamos ele e eu, o restante foi a uma festa no Campus, Wendi está fazendo aniversário hoje... Isso seria ótimo, só se ele se aposentasse e sumisse.

- Hadassa, se você não sair agora... - Ele diz pegando a blusa de minha mão e a jogando para trás. - Eu vou entrar aí, independentemente, você estando nua ou não, então... - Olho para cara dele e rio, fechando e trancando a porta logo em seguida. Ouço ele resmungar um monte de palavrões.

Pego meu vestido florido branco e azul e um salto com plataforma, ouço um barulhinho na porta, mas não dou importância, me despi deixando a calça legue dobrada junto com minha blusa branca em cima da estante que há ali, coloco um short, e por fim o vestindo, não conseguindo levantar o zíper, dou uns pulinhos para tentar alcançar, mas nada.

- Quer uma ajudinha aí? - Me assusto, e em um ato rápido pego a arma em cima da estante e miro no intruso - Ei - CK diz levantando os braços em sinal de rendição - Calma, sou só eu.

- O que você faz aqui dentro? Como entrou? - Continuo mirando no mesmo.

- A culpa não é minha se a cinderela demora duas horas para se arruma - Ele sorri sínico - Eu quero fazer minhas necessidades tá! - Ele diz indignando - agora abaixe essa arma. - Ele pede.

- Você é ridículo - Abaixo a arma, a colocando no mesmo lugar.

Mas quando me viro CK me agarra, segurando-me forte, olho para o mesmo que parece estar irradiando ódio, seus olhos estão mais escuros que o normal, o que nesse exato momento está me assustando um pouquinho.

- Nunca mais... - Ele se aproxima mais - Nunca mesmo, me desafie - Agora nossos narizes se tocam - Você é mais patética do que pensei.

- Se não ovque? - Perguntei desafiadoramente.

- Vou ser obrigado a te castigar - Ele diz sério, ainda encarando meus olhos.

- Então me castigue, carcereiro - O desafiei.

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