Capítulo 20 (BÔNUS-TOMÁS)

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Música tema: La tormenta de arena - Dorian

BÔNUS - TOMÁS

Domingo.

Após um bom banho, fui procurar algo que preste na cozinha. Nada. Eu sinceramente precisava deixar uma lista de compras, para a diarista ir ao mercado para mim.

Devia ter trazido comida da casa da Clari, já que o Caio cozinha super bem.

Voltei ao quarto e vesti uma calça jeans, um moletom e calcei meu all star. Peguei minha carteira com as chaves e sai do apartamento.

Precisava comer, então o jeito era ir ao restaurante ali perto que eu frequentava quase todos os dias, já que não sabia cozinhar porra nenhuma.

Desci até o térreo e caminhei pelo hall do prédio até a portaria, acenei para o porteiro da noite e sai depois que ele destravou o portão.

Era uma noite fria de inverno, coloquei o capuz do moletom e caminhei até o restaurante que ficava na esquina. Quando cheguei, vi que ele estava bem movimentado, mas não estava completamente lotado. Isso era bom, já que precisava de um pouco de paz.

Ao passar pela porta o sino soou, aquele desgraçado entregava qualquer um.

Escolhi um lugar no fundo, mais afastado dos demais. Pedi um vinho tinto ao garçom, enquanto escolhia meu prato no menu.

O sino soou mais uma vez, mas eu nem dei bola para olhar. De dois em dois minutos ele fazia a mesma coisa, não me importava.

– Ai, droga! - alguém murmurou ao meu lado.

Me virei sem me importar muito, seu celular havia ido de encontro ao chão.

Sabia que era uma mulher, mas ela estava vestida igualmente a mim. Calça jeans, um moletom preto com o capuz cobrindo sua cabeça.

– Está tudo bem? - perguntei.

Tudo parecia ter ficado em câmera lenta, mas não tive dúvidas de quem era quando aqueles olhos cor de mel, que muitas vezes ficavam esverdeados, me encarou.

Lauane. A mulher que um dia eu amei mais do que tudo na vida.

– Hãn... - ela se levantou - estou bem.

– Ok - respondi o mais seco possível.

– E você, como está?

– Bem.

– Que bom - ela suspirou - está acompanhado?

– Por que a pergunta? - á encarei.

– Porque se você não estiver, eu vou me sentar aqui - apontou para o lugar á minha frente - e se você mentir eu também vou saber.

Passei alguns minutos apenas á encarando.

Ela não mudava, só ficava mais bonita. Seus cabelo cor de fogo estava mais vivo do que nunca, aquele rosto com algumas sardas era lindo, seus olhos pareciam um pouco vermelhos.

Bufei apontando para o lugar, assentindo.

Lauane se sentou e sorriu. Tirou o capuz da cabeça e assim seu cabelo se soltou por completo caindo em suas costas lentamente.

Tinha que ter um auto-controle dos infernos, quando estava perto dela.

– E então, o que faz aqui? - perguntei.

– O que se faz em um restaurante, Tomás? - ela gargalhou.

– Veio sozinha, por que? - perguntei, ignorando sua resposta irônica.

A Filha da Empregada 3 - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora